Um dia a ficha cai

Às vezes, na nossa vida, nos apegamos a certas coisas inúteis. E não percebemos que podemos viver sem elas até nos depararmos sem as quais. É como se um furação passasse e não nos deixasse escolhas. Então, passamos a viver sem aquilo que achávamos que não conseguiríamos. Mas, o que realmente aprendemos com isso é que existem muitas coisas que podem ser retiradas da nossa vida. Sem ter que esperar um furacão passar e não nos deixar escolhas. Desapegar... É assim que podemos definir um novo estilo de vida. Não é fácil. E nem é pra ser. Mas é importante.

Para olharmos para dentro de nós e enxergarmos o que realmente somos e temos.

Somos seres humanos. E precisamos uns dos outros.

O sentimento capitalista em que esse século nos impõe é uma farsa. E está enganando um monte de gente.

Sentimos dificuldade de nos relacionarmos com pessoas. E também não nos sentimos bem sozinhos.

Estamos sempre desapontados por não sermos perfeitos e nem ter a vida perfeita que todo mundo (ou pelo menos a maioria) mostra ter.

Na verdade, todos temos problemas, momentos tristes e angustiantes e alguns momentos alegres e em paz com nós mesmos.

Mas, é difícil compreender assim quando a maioria posta foto que diz apenas como a felicidade está em alta. Fico observando o quanto as pessoas se sentem obrigadas a manter o storie atualizado. Como escravas de um sistema que favorece uma minoria de pessoas que não estão nem aí pra maioria.

Poucos de nós conseguem viver sem se preocupar se o mundo está sabendo...

É triste pensar a que ponto chegamos. É um caos total da nossa liberdade.

E muitas vezes me vejo vítima desse caos.

É horrível o sentimento de se sentir feliz e não compartilhar com mais alguém. Só que tem uma coisa: quanto mais compartilharmos, a magia do momento parece desaparecer. A outra pessoa pode não enxergar como eu. A Forma como realmente vivi aquele momento ou aquela coisa. Alguém pode não entender o meu recado e blá, blá, blá...

Meu Deus! É desesperador pensar... Então tá... Desisto. Aceito.

Tudo em seu tempo. Um dia; quem sabe, acordaremos e não estaremos com saco de dar bom dia pra todo mundo.

Aí começaremos a reparar que nossa pequena plateia estará a nossa espera. Esperando um olhar mais demorado, um bom dia!

E quem sabe... até um abraço!!

Lauris