TERRA, UM LUGAR PERIGOSO
É perfeitamente compreensível que quem olhe o planeta Terra do espaço com todo este azul, tenha a percepção de ser um lugar lindo. Lá de cima não tem como saber, mas o planeta é muito mais perigoso do que lindo.
Se um dia o planeta já foi perigoso para os dinossauros, imaginem o que pode acontecer com a frágil raça humana. Para os crentes da criação divina, eu diria o seguinte. O Criador não entende nada de perigos, nem de fragilidade. E fiquem com inveja à vontade. As baratas sobreviveriam a qualquer destruição nuclear. Os humanos...
O Japão, por exemplo, é um dançarino. Sua dança não é ao som de nenhum ritmo musical. O Japão dança sobre três placas tectônicas. Elas se cruzam exatamente abaixo de Tóquio. Todos os japoneses sabem que um dia o tremor fará da dança uma tragédia. O último aconteceu em 1923. Matou seis mil pessoas. Hoje, Tóquio tem uma população de quinze milhões de habitantes.
Mesmo para os japoneses que já tiveram Kobe e o tsunami de parâmetros, fica impossível mensurar as consequências. Não para por aí. Em São Francisco na Califórnia a certeza é a mesma. O dia chegará, só não se sabe quando. O último foi em 1906.
Também temos os vulcões e suas imprevisibilidades. Existe um de quem poucos já ouviram falar. Sua morada não é uma montanha vistosa. Está escondido no Parque Nacional de Yellowstone nos Estados Unidos. Quando sua erupção acontecer e acontecerá, mudará o planeta que conhecemos hoje com certeza absoluta.
Agora outro evento completamente desconhecido para nós surge no horizonte. O último ocorreu entre 700 e 800 mil anos atrás. Nossos ancestrais já estavam por aqui. Não eram Adão e Eva. Não estavam no paraíso. Nem deixaram a história registrada. Estamos falando da inversão dos polos magnéticos da Terra.
Li recentemente uma reportagem que me fez gargalhar mais do que temer. Dizia que não devo temer a inversão dos polos, mas ela mudará minha vida. Quem deixará de temer algo que afetará sua vida?
É consenso que a inversão afetará os meios de comunicações do planeta. Muitos satélites serão danificados. E não se descarta um apagão planetário. Apagões menores já aconteceram durante picos de radiações solares que atravessaram a proteção do nosso campo magnético. Os apagões estão documentados. A inversão completa poderá durar mil anos.
Tudo no planeta é composto por moléculas. Se a inversão abrir brechas para as radiações solares, é uma incógnita o que acontecerá com a Terra. Afetará a geologia acordando vulcões e terremotos? Afetará as nossas plantações de alimentos? Afetará o nosso DNA? A nossa fragilidade nos coloca no topo da lista dos descartáveis.