Não tenho sorte - parte I

Parece clichê afirmar que sou uma pessoa desprovida de sorte. Muita gente diz isso, mas na real, elas não sabem o que dizem! Posso garantir. Conquistei tudo o quê quis por pura teimosia, e afirmo que poderia sim ter ganhado uma forcinha dos seres iluminados, ou anjos, ou seja lá quem fosse... facilitaria bastante. Bem, voltando ao assunto, a minha última peripécia ocorreu em um aniversário de quinze anos. Todos os convidados impecáveis, lindos, a decoração...um arraso! Mesas redondas com toalhas tão alvas que doíam os olhos, e com detalhes em azul . No centro da mesa um lindo vaso com flores naturais submersas em uma água também com tom de azul,um charme, tudo perfeito! Após algum tempo o jantar foi servido, tudo estava indo muito bem, até que comecei sentir um friozinho nas minhas pernas, como se algo gelado estivesse entrando em contato com elas. Sim, foi isso mesmo, o improvável aconteceu... o lindo vaso com água com corante azul estava trincado e quando olho para a minha roupa, estava toda azul. Um lindo vestido rendado, branco, estava com uma mancha enorme bem na frente, parecia xixi, só que azul. Advinha quando a festa acabou? Naquele exato momento. Descobri depois que foi o único vaso que deu problema, e o pior, eles viram que estava com defeito e o descartaram, mas não se sabe como, ele voltou para acabar com a minha festa e me fazer passar muita vergonha! Dou um desconto nessa, porque foi até engraçado, pensando bem, não foi culpa de ninguém...apenas do destino que fez o dito vaso voltar pra mesa, ao invés de ir para o lixo. Mas isso foi fichinha, bobeira se comparado as minhas últimas férias. Pensei em aproveitar aqueles dias de folga, descansar, não me estressar ficar de papo pro ar de boas! Para isso, nada melhor que alugar uma casa com uma piscina enorme, linda, em uma cidade mais linda ainda; Florianópolis era o lugar! Um pedaço do paraíso perdido na terra! Tudo arrumado pronto pra viajar. Sete dias que seriam revigorantes. Até a véspera de minha chegada, tudo transcorria dentro da normalidade, eu cheguei junto com um dilúvio tão grande que detonou totalmente com a piscina. Chuva ácida, a cor da água parecia barro. Resultado: tantos produtos químicos na mesma, que por sete dias ela seria inutilizada. primeira frustração! Mas para quê se desesperar? Há praias maravilhosas em Floripa, uma melhor que a outra, quem precisa de piscina para ser feliz em Floripa? Bem, considerando que o dilúvio permaneceu por praticamente todos os dias em que estava eu naquele paraíso, logo não deu praia! E pra fechar com chave de ouro a cidade foi infestada de jacarés! Simmm, havia jacarés ao lado do supermercado! Eu os vi tomando os poucos raios de sol que insistiam tímidos em aparecer vez por outra. A cidade toda alagada, desmoronamentos, muitas pessoas desabrigadas, a mídia publicava as informações em tempo real e eu ali, presenciando todos esses fatos e pensando...eu só queria descansar e curtir. Bem descansar eu consegui, dormi muito e consegui por a leitura em dia, uma vez que as séries não foi possível, a rede de luz mais falhava do que funcionava, devido aos deslizamentos que as comprometeu. Enfim, o último dia chegou e as coisas todas arrumadas com antecedência para o retorno ao meu lar doce lar. Previsão do tempo: 32ºC com sol de rachar e o melhor: a piscina foi liberada! A vida é bela...

Açucena
Enviado por Açucena em 04/02/2018
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