O MONARCA SEM COROA.

O ADVOGADO DO DIABO.

Crônica

por Honorato Ribeiro.

Foi enviado para um país o maior advogado para defender um monarca que o povo o consagrou com um ícone, porque defendia o pobre dando-lhes condições de vida: o peixe ao invés de ensiná-lo a pescar. Por causa de ele ser uma pessoa admirável e líder de um povo, na maioria, analfabeto fê-lo ser rei da nação e transformou-o em um monarca. Mas ele escolheu mordomos, ministros que não tinham condições de serem administradores de seu palácio. Começaram a formar um grupo hegemônico forte para que o rei não tivesse herdeiros e sim seus ministros. Mas cometeram um erro crasso. Antes mesmo de o rei morrer, fizeram o rolamento da riqueza dele e cada um herdou do tesouro e o deixou sozinho com “punhaladas pelas costas”.

O povo começou com grande movimento para ajudar o monarca, mas foi inútil. O advogado do diabo descobriu que o monarca se enriqueceu ilicitamente e agora terá que devolver. Foi condenado como réu e deixou de ser monarca de verdade, mas o povo grita a volta dele a assumir o trono e a coroa. Mas o advogado do diabo está ganhando em todas as audiências. A sua vida de monarca faliu; quis perpetuar, mas o martelo da rainha bateu forte e não quer mais monarca; quer que o rei dê a coroa para quem saiba sentar no trono como majestade e administrar o “Palácio” sem ser rei, sem ter trono e sem coroa, mas como um administrador que saiba “não dar mais o peixe, mas saiba ensinar a pescar”. Por isso compuseram até uma marchinha de carnaval:

Que rei sou eu,

Sem reinado e sem coroa,

Sem castelo e sem rainha,

Afinal que rei sou eu.

O meu reinado,

É pequeno e é restrito,

Só mando no meu distrito,

Porque o rei de lá morreu.

(bis)

Não tenho criados de librés,

Carruagens, nem mordomos,

E ninguém beija meus pés,

Meu sangue azul,

Nada tem de realeza,

O samba é minha nobreza,

Afinal que rei sou eu?

E fizeram agora um samba:

A coroa do rei

Não é de ouro

E nem de prata

Eu também já usei

E sei que ela é de lata

Não é de ouro e nunca foi

A coroa que o rei usou

É de lata barata,

olhe lá, borocochou?

Na cabeça do rei andou

E na minha andou também

É por isso que eu digo

Que não vale nem um vintém.

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 03/02/2018
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