“PERDAS”... *
Nesta dimensão de constantes modificações, há “perdas”, que inevitavelmente fazem parte de nossas vidas...
O emprego, a Empresa, que concentrava nossas energias, que parecia ter um futuro promissor, mas alguns anos depois por diversos motivos tiveram que interromper; um familiar, um amigo, que passou desta para outra vida, não deixam de serem fatos comuns que se repetem diariamente e temos que nos envolver de Fé e Esperança para não esmorecer em nossa experiência terrena...
Aliado a tudo isto, temos a “perda” dos animais que convivem em nossas vidas, e este será foco principal de nossas Reflexões do Cotidiano de hoje...
Somos casados há 51 anos, jovens ainda assumimos o matrimônio com apenas 20 anos, neste longo período, os animais, - cães e gatos. - permanentemente, com destaque a primeira referência, alguns não tinham raça definida; todos, porém, independente de suas raças, mereceram afeto, os cuidados habituais; foram muitos anos de convivência, em que “aprendemos”, que não existe neles tão somente instinto, mas também despertar de sensibilidades...
Acreditamos que ainda é restrita a nossa “visão” para entender a abrangência da evolução dos “reinos” que se interagem; onde começa um e onde termina o outro? Mas, acima de entendermos a complexidade da evolução, devemos primar pelo sentimento e pela vivência daqueles que diariamente compartilham de nossas vidas...
Tínhamos uma Bassê que durante 18 anos diariamente fazia parte de nossa vida; vamos, nos condicionando a seus hábitos; a caixinha com o cobertor nos dias de Sol, próximo a varanda, na entrada da porta aos fundos da casa; à noite ao assistir um pouco de televisão, fazia questão de estar próxima de nós; ajudávamos a subir no sofá, nas noites frias a enrolávamos numa toalha para aquecê-la; sem que percebêssemos os anos foram se somando, a saúde debilitada requerendo mais cuidados, o que levou a fazer quatros procedimentos cirúrgico, - sempre feita pela nossa amiga Denise, veterinária que hoje faz o curso de medicina, no Rio de Janeiro. - as duas últimas no mês de janeiro deste ano...
Bem sabíamos que destes procedimentos, - cirurgia. - não haveria a “cura”, mas daria a ela uma melhor condição de vida durante mais algum tempo; na sexta feira, - dia 16-a noite não aceitou a refeição, no sábado, não quis a ração, por muita insistência nossa aceitou uns pedacinhos de bife...
Domingo amanheceu muito frio, mas mesmo assim quis ir ficar na sua caixinha, o seu cobertor ameniza o intenso frio. Não passou muito tempo, vamos vê-la, havia saído da varanda, e tentava se encaminhar ao gramado, rente a calçada dos fundos, a encontramos inerte, a princípio achava que já tivesse falecido; com a esposa a colocamos no cobertor, a conduzimos na varanda, aos poucos foi “voltando”; pensávamos que tivesse tido um AVC; após o almoço ligamos à Denise, e contamos o que estava acontecendo com a Falconinha, - nome dado pelo nosso neto Lucas, quando tinha um pouco mais de ano. - ela nos orientou que não era AVC, mas sim tivera uma convulsão; nós deu até um pouco de esperança, que telefonássemos a Flavia, - que ficara no seu lugar na clinica. - sugerindo a medicação... Telefonamos em seu celular e deixamos o recado...
Segunda feira pretendia levá-la a veterinária; fomos fazer o café da manhã, antes, porém, a cobrimos, pareciam estar tudo bem, após, voltamos para vê-la, aparentemente tinha tido mais uma convulsão, e isto acabou ocasionando o seu desenlace...
Falei com a esposa, contei a ela.
Embora chocados com inesperado, nos conformamos, diante de 18 anos de convivência, fraterna e amiga, acreditamos que foi melhor assim, se evitando quem sabe, logos dias de sofrimento; entretanto, embora isto nos dê um conforto, não evita que sejamos envolvidos por uma tristeza da “perda”, palavra esta que deu o titulo de nossas Reflexões do Cotidiano de hoje; em que o nível de evolução de nosso mundo, o sofrimento não é restrito aos seres humanos; os animais também sofrem e nos também sofremos com eles...
Olhamos o canto do quarto, onde havia uma permanente almofada, com suas “roupas de cama”; que hoje foram lavadas para ser doada, ela se “foi”, mas sua “presença” se faz presente no âmago de nossa alma...
Hoje, a sua companheira a mestiça Poddle, adotada há oito anos, está só, nos parece que ainda não se deu conta do que aconteceu; mas terá que daqui prá frente a se acostumar a ficar sozinha...
Tudo isto nos leva a crer, que ainda pouco sabemos dos “mistérios” da vida; a razão nos diz que, a “continuação” da vida, não é restrita tão somente aos seres humanos; existem vários “elos” que se “interligam” em busca da aquisição de “sensibilidades” , e neste contexto estamos nós também inseridos, pois estes seres que nos denominamos “animais”, pela Bondade Divina nos fazem companhia, para amenizar a “aridez” de nossa “jornada...
As obras escritas pelo espírito que usa o pseudônimo de André Luiz, através da inolvidável mediunidade de Francisco Cândido Xavier; faz um “retrato”, da continuação da vida também dos animais e aves, que neste processo estão em busca de sua evolução...
Isto tudo nos dá um consolo para nossas “perdas”, os seres que nos amamos, inclusive os animais, prosseguem vivendo na outra dimensão. O que nos leva a crer que um dia poderemos reencontrá-los...
Curitiba, 21 de agosto de 2.013 - Reflexões do Cotidiano - Saul
*Estamos novamente colocando esta crônica no Recanto, pois na ocasião que colocamos, poucos tiveram a oportunidade de ler...
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