Nada de graça - Táxi, Por favor!

Estava eu indo pra casa no meu antigo Passat Branco quando uma silhueta de um senhora gesticula a minha frente como esivesse pedindo carona... Diminuí a marcha e passei lentamente por ela, tentando reconhecê-la. Já estava desistindo de parar quando ela num gesto mais autoritário me ordenou a parar. Imediatamente sentou-se no banco de trás e me indicou o lugar onde queria ir: um bairro da periferia a mais de cinco quilômetros do local onde estávamos. Claro que percebi tratar-se de um egano. A senhora minha passageira confundiu meu carro com um táxi. Entretanto antes mesmo que eu pudesse desfazer o engano ela começou a reclamar por eu não ter parado no local onde ela estava esperando e pela limpeza do meu carro (que nem estava tão sujo assim). Vendo que eu continuava parado me reprovou com veemência: "Vamos! VAmos! VAmos! Eu tenho pressa." Resolvi então fazer uma boa ação e levar, até que meio de gozação, a senhora no local pretendido. Ao pedir-lhe ajuda para achar o local correto, mais uma vez me criticou: "O Senhor tem saber essas coisas!"

Resolvido o impasse e chegado ao local veio a pergunta fatal: "Quanto deu aí?". Respondi que não precisava pagar nada (explicar que me carro não era taxi, nessas alturas, não fazia o menor sentido). "Não senhor! Não quero nada de graça". Pra ver-me livre daquela senhora tive que cobrá-la, não sem antes ouvir meia duzias de desaforos por não saber o valor correto e outras coisas. E pra finalizar, me disse: "O senhor não serve para taxista. Pode mudar de profissão!"

Nunca mais via aquela senhora e mesmo se a visse não a reconheceria mais. Mas com certeza devo fazer parte do folclore da vida dela, assim como ela do da minha, embora em situações totalmente antagônicas.