______________"Cala-te, boca!"
Pense, pense muito antes de falar. Mil vezes é pouco pra pensar antes que aquela palavra que lhe queima a língua, seja dita, e o pior, ouvida. As palavras podem ser mágicas e ter poder transformador para o bem, mas também podem ser devastadoras, espalhar a mágoa, disseminar o mal, sedimentar rancores. Por isso pense, pense muito antes de falar. Você pode até não saber, mas aquela pessoa que lhe escuta está torcendo pra que você não diga as palavras que virão como labaredas, incendiando tudo e fazendo em cinzas o que mora de bonito dentro dela. É por isso, que ela teme que você diga, as coisas que ela não pode, não quer, nem merece ouvir.
É difícil, às vezes, segurar as palavras que querem jorrar de dentro do seu coração. A ira lhe deixa tenso, o momento é tenso. Como segurar o vulcão das emoções que teima entrar em erupção e jogar pra fora a lava incandescente dos sentimentos revoltos? Como conter a onda que domina e cega, na vontade de extrapolar o que atormenta a alma e toma posse da lucidez, em certos momentos cruciais? É difícil, sim! Mas esse é o momento do providencial cala-te, boca! A luta é contra a insensatez do impulso de dizer, de falar, de gritar. Pelo simples fato de que, se o fizer, irá se arrepender. Amainada a tempestade, é hora de cair em si e pensar: Puxa, por que falei daquele jeito? Eu me excedi, fui além. E agora? O desastre está consumado não tem mais jeito. Ou tem?
Tem jeito sim! Não há desastre que venha já com decreto explícito de “não tem mais jeito”, você há de pensar. E não está errado de pensar. Você tem um desejo profundo: o de consertar a que agora dói feito lâmina de navalha na carne. Como seguir adiante com esse peso? Como repor no lugar os tijolos desmoronados e levantar muros outra vez? A solidez comprometida, reclama pela reconstrução, mas as palavras duras, ainda mostram seu gume afiado: cortes profundos exigem tempo grande para cicatrizes, e às vezes, muita, muita espera.
Mas e depois do sagrado tempo? As coisas retomarão seu lugar? Se houver um tantinho de boa vontade de ambas as partes, pode ser que retomem. O tempo é terapêutico, tem imenso poder curativo, mas não basta só esperar que passe. Não vai passar. É preciso também entrar num acordo com a Humildade, essa senhora digna e fidalga, que espera ali do lado que você a convide para sua mesa. Ela não dará um passo sozinha se você não fizer o primeiro movimento. Se o erro é seu, então vença o orgulho e chame a senhora Humildade para vir em seu socorro, troque confidências e ideias com ela. Então...
Então, faça o próximo gesto: peça desculpas. Pedir desculpas alivia, suaviza, traz de novo o reconforto. Vale a pena o esforço de reconhecer o erro e pedir que ele seja reparado e minimizado no que for possível. Mas não espere tudo. Um erro minimizado, não anula totalmente seu efeito destrutivo, embora o pedido de desculpas sirva de ponte para um começo de conversa. E o mais importante: o pedido de desculpa deve se revestir da intenção de que o erro não se repita: quem reincide no erro mostra que não o reconheceu.
No mais, o pedido de desculpa é porta de entrada para novos diálogos, ou busca de entendimentos. Só não queira que tudo seja perfeito. Um espelho que se quebra, será para sempre quebrado, ainda que uma boa dose de durepox faça nele algum remendo. O espelho poderá ainda refletir imagens, mesmo quebradas, e aí é que entra a disposição para se conviver bem com a feiura das emendas. Mas pensando bem, reclamar da feiura das emendas por quê? A feiura maior está mesmo é no veneno das palavras, insensatamente ditas naquele momento infeliz...
É difícil, às vezes, segurar as palavras que querem jorrar de dentro do seu coração. A ira lhe deixa tenso, o momento é tenso. Como segurar o vulcão das emoções que teima entrar em erupção e jogar pra fora a lava incandescente dos sentimentos revoltos? Como conter a onda que domina e cega, na vontade de extrapolar o que atormenta a alma e toma posse da lucidez, em certos momentos cruciais? É difícil, sim! Mas esse é o momento do providencial cala-te, boca! A luta é contra a insensatez do impulso de dizer, de falar, de gritar. Pelo simples fato de que, se o fizer, irá se arrepender. Amainada a tempestade, é hora de cair em si e pensar: Puxa, por que falei daquele jeito? Eu me excedi, fui além. E agora? O desastre está consumado não tem mais jeito. Ou tem?
Tem jeito sim! Não há desastre que venha já com decreto explícito de “não tem mais jeito”, você há de pensar. E não está errado de pensar. Você tem um desejo profundo: o de consertar a que agora dói feito lâmina de navalha na carne. Como seguir adiante com esse peso? Como repor no lugar os tijolos desmoronados e levantar muros outra vez? A solidez comprometida, reclama pela reconstrução, mas as palavras duras, ainda mostram seu gume afiado: cortes profundos exigem tempo grande para cicatrizes, e às vezes, muita, muita espera.
Mas e depois do sagrado tempo? As coisas retomarão seu lugar? Se houver um tantinho de boa vontade de ambas as partes, pode ser que retomem. O tempo é terapêutico, tem imenso poder curativo, mas não basta só esperar que passe. Não vai passar. É preciso também entrar num acordo com a Humildade, essa senhora digna e fidalga, que espera ali do lado que você a convide para sua mesa. Ela não dará um passo sozinha se você não fizer o primeiro movimento. Se o erro é seu, então vença o orgulho e chame a senhora Humildade para vir em seu socorro, troque confidências e ideias com ela. Então...
Então, faça o próximo gesto: peça desculpas. Pedir desculpas alivia, suaviza, traz de novo o reconforto. Vale a pena o esforço de reconhecer o erro e pedir que ele seja reparado e minimizado no que for possível. Mas não espere tudo. Um erro minimizado, não anula totalmente seu efeito destrutivo, embora o pedido de desculpas sirva de ponte para um começo de conversa. E o mais importante: o pedido de desculpa deve se revestir da intenção de que o erro não se repita: quem reincide no erro mostra que não o reconheceu.
No mais, o pedido de desculpa é porta de entrada para novos diálogos, ou busca de entendimentos. Só não queira que tudo seja perfeito. Um espelho que se quebra, será para sempre quebrado, ainda que uma boa dose de durepox faça nele algum remendo. O espelho poderá ainda refletir imagens, mesmo quebradas, e aí é que entra a disposição para se conviver bem com a feiura das emendas. Mas pensando bem, reclamar da feiura das emendas por quê? A feiura maior está mesmo é no veneno das palavras, insensatamente ditas naquele momento infeliz...