Periscópio 
        Depois de demorada pesquisa, duas notícias me chamaram a atenção. E logo as considerei ótimas para figurarem nesta linguaruda, e às vezes indiscreta, coluna.

        É provável, que  muitos dos meus diletos leitores até já as tenham descoberto, e lido. Ao encontrá-las no meu site, veiculadas com todo esse destaque, dirão que o meu periscópio, que prometera surpreender, desta vez chegou atrasado.

        Não tem importância. Exitem os que, por mil motivos, delas ainda não tiveram conhecimento. E não devem ser poucos. Dos cinco amigos que consultei, apenas dois as viram estampadas nas gazetas que costumam ler.

        Mas vamos a elas, sem perda de tempo.

        A pizza de Hitler.  Aconteceu na Nova Zelândia. 
        Uma campanha publicitária bolada naquele distante país, para vender esse saboroso petisco italiano, levou uma empresa a usar o ditador Adolf Hitler como garoto propaganda!
        O führer aparece em painéis espalhados em várias cidades neo-zelandesas, na sua tradicional postura nazista, ou seja, com o braço estendido, mas - pasmem" - segurando uma fatia de pizza!

        Tenho lido muita coisa sobre o autor de Mein Kampf.  Ninguém, até agora, revelou, que o sanguinário Reichskanzler gostasse de pizza. Suas "preferências" estão enumeradas no livro A Vida Sexual dos Ditadores, que vale a pensa ser visitado.
        Talvez tenha degustado algumas pizzas na companhia do amigo Benito Mussolini.  Como bom (ou mal?) italiano, o Il Duce devia conhecer muito bem a maravilhosa cozinha de imortal Itália.

        A comunidade judaica, e não podia ser diferente, pediu ao governo zelandez a imediata retirada de circulação da atrevida e afrontosa publicidade, no que foi prontamente atendida.

        Não precisava ser judeu para condenar a esquisita peça publicitária. Quem conhece a história da Segunda Guerra Mundial, não aceitará Hitler nem como garoto propaganda do Inferno. 

        Estes publicitários... não são moles!

                       
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        Um Jesus boêmio? 
        Meu periscópio captou esta inusitada notícia, que traz como manchetinha:
"Ilustração de Jesus fumante causa protestos na Malásia."

        A história é a seguinte: numa disputa de caráter político-religioso-partidário, um jornal malaio publicou "uma ilustração que mostra Jesus segurando um cigarro em uma mão, e o que parece ser uma lata de cerveja na outra."
        Observem, que o jornal não afirma, com segurança, que a latinha que Jesus segura, é de cerveja. Deixa a dúvida. Certamente não quis a gazeta malaia, ao identificar a marca da cerveja, perder, se fosse o caso, uma gorda publicidade. É razoável.

        Agora foram os católicos que ficaram p. da vida...
       Alguém registrou queixa na Polícia, pedindo que o jornal Makkal Osai fosse punido. 
        
        As autoridades malaias foram coerentes: ano passado, o governo mulçumano da Malásia "fechou duas publicações que divulgaram caricaturas do profeta Maomé", amaldiçoadas em todo o planeta Terra, pelos féis filhos de Alá. 

        Jesus bebendo? Jesus fumando? Que bobagem!

        Até onde sei, Jesus não era de bebedeiras, e nem defensor do tabagismo. Li a Bíblia, e em nenhum dos seus Capítulos e Versículos encontrei uma só notícia de Jesus bebericando, ou poluindo os lugares por onde andou, com condenáveis baforadas de cigarro, charuto, ou cachimbo.

        Nas Bodas de Caná, descrita no Quarto Evangelho, João, o Teólogo, seu autor, nem de longe insinua que Jesus, naquele festim, enchera a cara. E olhe que estavam à sua disposição seis talhas de excelente vinho, produto do Seu primeiro milagre.
 
        E não se diga que Ele assim se comportou, porque estava na presença  de Maria, sua mãe, em quem, dizem os exagerados exegetas, durante a festa, o Filho  teria  apalicado um respeitoso "chega pra lá". 

        Que no Brasil não se imite a Malásia. 
        Jamais um "comercial", ou coisa que o valha,  mostrando Jesus tirando uma tragada ou bebericando...
 
         Minha preocupação  não é tanto com o fumo, cuja propaganda, está proíbida. 

        Minha preocupação está na possibilidade de ver Jesus de Nazaré novamente crucificado.  Desta vez,  pelos fabricantes das duas cervejas nacionais (?) que disputam a preferência dos brasileiros católicos, evangélcos, mulçumanos, judeus, agnósticos e até dos que se dizem ateus...

      



    
Felipe Jucá
Enviado por Felipe Jucá em 26/08/2007
Reeditado em 26/09/2007
Código do texto: T624375