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Antiga Capital do Estado de Goiás, Arraiá de Santana, depois Vila Boa, hoje Cidade de Goiás, é o berço da civilização goiana. O centro da cidade, é tombado pelo Patrimônio Histôrico Nacional, com prédios e casarões antigos, no estilo colonial e ruas de pedra. É uma das cidades turísticas, mais importantes no Estado de Goiás.
Alí, viveram e ainda moram, famílias importantes, como os Caiado, Fleury Curado, Ludovico Teixeira e outras. Também, vivia ali, a Escritora e Poetisa, Cora Coralina.
O ANTES:
Trabalhei como Economiário, Concursado, na Caixa Econômica Federal e atendia as pessoas, com muita responsabilidade e atenção; com isso, recebi em 1984, o Título de Melhor Bancário do Ano, promovido pela Rádio local.
Curti muito a cidade, nessa época, pois nos finais de semana, íamos banhar na Sota, com suas águas cristalinas e pedreiras escuras.
Algumas noites, eu e alguns amigos, tocávamos violão e cantávamos, fazendo serenatas, ali nos becos e bares da cidade.
Na época da Semana Santa, a procissão do Fogaréu é destaque na Festa Religiosa da Igreja Católica e a cidade fica cheia de turistas, do mundo inteiro.
O DEPOIS:
Em maio de 1985, entrei no Fisco de Goiás, através de Concurso Público e fui para Campos Belos(vide  crônicas), Conceição do Norte (vide contos Cavalos Selvagens), Almas (vide crônica O professor), depois retornei à Região de Goiás velho (Vila Boa).
Trabalhei em Araguapaz (vide crônicas O lago, o Peixe Elétrico),  como Agente Arrecadador ou Coletor e acabei voltando para a Cidade de Goiás, como Fiscal Arrecadador, pois a sede da Delegacia Fiscal era alí.
O novo trabalho, era bem diferente de Bancário, pois como Autoridade Fiscal, as pessoas me respeitavam, mas alguns comerciantes, eram meio resistentes, à Fiscalização e à obrigação de pagar Imposto ou multa.
Alguns Fatos:
O Açougueiro:
Certo dia, fui ao Mercado Municipal de Goiás, cobrar Imposto dos açougueiros, mas, um deles foi resistente.
Eu disse ao açougueiro: O senhor não está recolhendo o ICMS da carne que comercializa.
Ele disse: Não vou pagar, pois o açougue alí da frente, não paga.
Eu disse: Estou fiscalizando todos os açougues e vim cobrar do senhor; por favor!... Respeite o meu trabalho.
Ele, já raivoso, começou a amolar a faca numa chaira, na minha frente.
Eu disse: o senhor não me intimida com isso!.
Mas, quando virei as costas, para chamar o Policial que me acompanhava, o açougueiro já veio por cima de mim, com a faca. Eu saí correndo pelas bancas, derrubando frutas e verduras. Eu corri, por questão de segurança.
Eu ainda não havia comprado uma arma, apesar de ter o Porte autorizado pela Polícia Federal. Eu poderia ter atirado naquele senhor. Mas, graças a Deus, o Policial prendeu o maluco sonegador.
A Bomba:
Certo dia, eu e alguns colegas, havíamos feito uma Operação Fiscal, na Cidade e à noite, estávamos dormindo no chão do alojamento, no fundo da Delegacia Fiscal. Então, lá pelas duas horas da manhã, ouvimos um estrondo tão forte, nas janelas de vidro, que levantamos assustados, com estilhaços de vidros nos nossos colchões.
O Fato: 
Alguém, a mando de sonegadores, colocou uma enorme Bomba no vitrô, do lado de fora, destruindo toda a janela de vidro. Foi assustador...
No outro dia, depois do atentado, verificamos que algumas Viaturas, não davam partida, pois estavam com o motor cheio de areia fina.
Algum tempo depois, em Inhumas, alí na região, um colega foi assassinado a tiros, por um Cerealista desequilibrado.
Alguns anos antes, em uma Serra, ali na região, uma viatura foi incendiada, com um colega dentro.
Entre muitos incidentes e acidentes, o Auditor Fiscal, continua fazendo o seu papel, de garantir os recursos necessários à sustentabilidade do Estado.
Jaime Teodoro
Enviado por Jaime Teodoro em 01/02/2018
Reeditado em 26/02/2019
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