REALIDADE E INSURREIÇÃO. NECROSE SOCIAL.
Existir na sua realidade não enfrenta o “não passarás”.
“A felicidade não está em fazer o que a gente quer, e sim em querer o que a gente faz.” Sartre.
Paradoxo e contrariedade.
Faço o que quero não é diverso de quero o que faço em toda sua latitude. Ninguém é feliz distanciado das universalidades sociais pacificadas. Existem obrigações que se impõem às nossas vidas e não gostaríamos de fazer por vários motivos. Mas há uma realidade, persiste uma direção organizada pela maioria; a lei.
Não adianta forçar a lógica. Evidências não permitem subjetividade. Sartre ficou superado em seus castelos de areia, argumentou com discurso do impossível descasado do real. É o que está acontecendo no Brasil. Não teve muito sucesso diante da vida com sequência de fenômenos do quotidiano. Brigava com a formalidade mínima impositiva e soberana.
É o que presenciamos. O ponto de necrose um dia é atingido. Como a carne em putrefação, já sem oxigênio. Há um exaurimento temporal embora se resista. Só faz prolongar o processo de descarte.
Tornar a razão absoluta é aceitar a realidade, fundir o racional com a realidade. Nada se pode afirmar contra a evidência, núcleo maior da lógica que rege a inteligência ainda que mínima. Desconstruir é concentrar forças que já não existem.
Ou estamos diante da derrubada dos grandes sistemas filosóficos tradicionais em lógica comum?
Não há como retirar as estruturas básicas da realidade. A existência é sua consequência.
O convívio plural deu um avanço para a coloquialidade na mídia. Estão aí as redes sociais, e manipulações de vontades em intenções de votos por órgãos à soldo de “dinheiros” , como hoje noticiado, não irão desfazer uma outra rede, a da legalidade. Seria desfazer a realidade. Nem alguns com poder, “solitários” em suas posições, escorraçados pelo meio social de lugares públicos, irão mudar esta realidade.
O discurso especulativo político é enganoso no seguimento politizado que dá curso à vida em geral na concepção mecanicista do universo, que deveria ter outra abordagem.
O existir politicamente não mais supera a realidade.
O sentido e irracionalidade do enfrentamento dos padrões institucionais conquistados está visível em condenações onde as instituições são depreciadas e desrespeitadas por grupos.
Existência concreta é o que se tem, no realismo que se vê, o homem trancado em grades subjetivas, condenado a um silêncio absoluto ainda que com muitas redes disponíveis, por desacreditar, e sem motivação. É levado o homem a uma existência sórdida, onde não se manifesta devidamente, por descrença e barras da livre expressão, a responsabilidade diante da lei. Deus está eliminado de certa forma na possibilidade de escolhas concedida ao homem.