Dom Quixote .
Em Espanhol " Don Quijote", que significa algo como um " sonhador", para poder compactar todos seus significados, bons e maus.
Um pequeno fidalgo lá pelos seus cinquenta anos, amante das artes e da literatura, perdeu-se em devaneios lendo " Amadis de Gaule" ( obra medieval , juntada no início do século XVI ), mas que já eram conhecidas desde o século XIII.
O fastio do campo, o fazia mergulhar na biblioteca de casa, onde se esquecia da vida, até de se alimentar, lendo sobre os cavaleiros medievais, aventurescos, de espada em punho, em busca de glória e justiça.
Aqui encontro um primeiro ponto, o fato de Dom Quixote ter cinquenta anos, a idade do questionamento, do balanço de vida, quando percebemos a vida com clareza, e justamente neste ponto é quando se aventura, e vem a momentânea insanidade. Lança-se então à vida externa, fora do seu mundinho da "finca" ( sítio), e a todos os que o tentam deter, ele amavelmente os contesta, não ouvindo qualquer argumento que o detenha.
O fidalgo era um homem bom, amável e educado com todos, justo com os empregados, cumpridor das obrigações e temente à Deus, nada que não levantasse simpatias.
Um dia montou em um dos cavalos do sítio, um rocím ( pangaré), feito para o trabalho , que ao contrário do que pintam, era um cavalo forte, de tração, e muito manso. Decidiu que seria um cavaleiro, e que precisava de um escudeiro, convocando assim um dos camponeses, Sancho. Um homem que tinha família e uma vida pacata no campo, mas guardava seus pequenos sonhos de ser alguém.
Aqui encontro o segundo ponto, o de não menosprezar os mais humildes, pois eles também sonham, almejam vida melhor, o homem é por essência um contestador de si mesmo.
Dulcinea, a musa idealizada, nada mais era que uma serviçal do sítio, que nada sabia dos delírios do patrão. Na verdade Dom Quixote, nunca nem havia reparado nela quando são, mas o livro Amadis de Gaule sempre dizia em suas aventuras que os cavaleiros tinham que salvar donzelas, então ele idealizou uma , meio que por seleção imaginária.
Partiram para o mundo em busca de justiça , esse é um terceiro ponto, então encontraram o desprezo, o escárnio, o deboche, a violência, a mentira, e as piores qualidades que se dá ao que não é convencional, ao que vai contra o comum. O choque da ideologia contra a realidade, atacando moinhos de ventos com uma lança de pau, gigantes de grandes braços que prendiam Dulcinea, a sua paixão.
Dom Quixote é entusiasmado, por mais que apanhe sempre se levanta e segue adiante, com alegria e sem desanimar, curtindo muito a sua desastrada saga, o que deixa a sua trajetória muito divertida. Ele sempre vê o lado positivo , mesmo quando tudo parece um fracasso. Outra coisa que me chamou a atenção é que ele motiva Sancho Pança, e lhe agradece sempre, valorizando o seu escudeiro, mesmo quando este quase nada fez por merecer.
A vida é feita de desafios aos que se aventuram, aos que sonham sem medo de apanhar, aos que percebem que entre a loucura e a sanidade existe a vida, a que podemos idealizar.
Ao final, depois de mil peripécias, que levaria umas mil páginas, ele volta e fatigado e doente volta a si, e no leito de morte pede a Sancho que o perdoe por tê-lo envolvido em seus delírios, e quer recompensá-lo. Sancho lhe diz : " O pior que pode acontecer a um homem é deixar-se morrer", e esta frase é um outro ponto importante.
Como sabemos, o nome do fidalgo não era Dom Quixote, claro ,era Alonso de Quejada, amado por todos, no sítio e nas cidades onde era conhecido , pois era um homem bom. Os homens bons buscam a felicidade deles e dos outros, lutam contra a estagnação, onde nada acontece, e não permitem que a vida passe sem uma razão.
Nota: Cervantes morreu no mesmo dia que Shakespeare , o mundo perdia dois grandes escritores, em 23 de abril de 1616 , naquele dia a literatura chorou.
Em Espanhol " Don Quijote", que significa algo como um " sonhador", para poder compactar todos seus significados, bons e maus.
Um pequeno fidalgo lá pelos seus cinquenta anos, amante das artes e da literatura, perdeu-se em devaneios lendo " Amadis de Gaule" ( obra medieval , juntada no início do século XVI ), mas que já eram conhecidas desde o século XIII.
O fastio do campo, o fazia mergulhar na biblioteca de casa, onde se esquecia da vida, até de se alimentar, lendo sobre os cavaleiros medievais, aventurescos, de espada em punho, em busca de glória e justiça.
Aqui encontro um primeiro ponto, o fato de Dom Quixote ter cinquenta anos, a idade do questionamento, do balanço de vida, quando percebemos a vida com clareza, e justamente neste ponto é quando se aventura, e vem a momentânea insanidade. Lança-se então à vida externa, fora do seu mundinho da "finca" ( sítio), e a todos os que o tentam deter, ele amavelmente os contesta, não ouvindo qualquer argumento que o detenha.
O fidalgo era um homem bom, amável e educado com todos, justo com os empregados, cumpridor das obrigações e temente à Deus, nada que não levantasse simpatias.
Um dia montou em um dos cavalos do sítio, um rocím ( pangaré), feito para o trabalho , que ao contrário do que pintam, era um cavalo forte, de tração, e muito manso. Decidiu que seria um cavaleiro, e que precisava de um escudeiro, convocando assim um dos camponeses, Sancho. Um homem que tinha família e uma vida pacata no campo, mas guardava seus pequenos sonhos de ser alguém.
Aqui encontro o segundo ponto, o de não menosprezar os mais humildes, pois eles também sonham, almejam vida melhor, o homem é por essência um contestador de si mesmo.
Dulcinea, a musa idealizada, nada mais era que uma serviçal do sítio, que nada sabia dos delírios do patrão. Na verdade Dom Quixote, nunca nem havia reparado nela quando são, mas o livro Amadis de Gaule sempre dizia em suas aventuras que os cavaleiros tinham que salvar donzelas, então ele idealizou uma , meio que por seleção imaginária.
Partiram para o mundo em busca de justiça , esse é um terceiro ponto, então encontraram o desprezo, o escárnio, o deboche, a violência, a mentira, e as piores qualidades que se dá ao que não é convencional, ao que vai contra o comum. O choque da ideologia contra a realidade, atacando moinhos de ventos com uma lança de pau, gigantes de grandes braços que prendiam Dulcinea, a sua paixão.
Dom Quixote é entusiasmado, por mais que apanhe sempre se levanta e segue adiante, com alegria e sem desanimar, curtindo muito a sua desastrada saga, o que deixa a sua trajetória muito divertida. Ele sempre vê o lado positivo , mesmo quando tudo parece um fracasso. Outra coisa que me chamou a atenção é que ele motiva Sancho Pança, e lhe agradece sempre, valorizando o seu escudeiro, mesmo quando este quase nada fez por merecer.
A vida é feita de desafios aos que se aventuram, aos que sonham sem medo de apanhar, aos que percebem que entre a loucura e a sanidade existe a vida, a que podemos idealizar.
Ao final, depois de mil peripécias, que levaria umas mil páginas, ele volta e fatigado e doente volta a si, e no leito de morte pede a Sancho que o perdoe por tê-lo envolvido em seus delírios, e quer recompensá-lo. Sancho lhe diz : " O pior que pode acontecer a um homem é deixar-se morrer", e esta frase é um outro ponto importante.
Como sabemos, o nome do fidalgo não era Dom Quixote, claro ,era Alonso de Quejada, amado por todos, no sítio e nas cidades onde era conhecido , pois era um homem bom. Os homens bons buscam a felicidade deles e dos outros, lutam contra a estagnação, onde nada acontece, e não permitem que a vida passe sem uma razão.
Nota: Cervantes morreu no mesmo dia que Shakespeare , o mundo perdia dois grandes escritores, em 23 de abril de 1616 , naquele dia a literatura chorou.