O homem no nevoeiro
Era um mais ou menos vacilante em frente. Pensares, olhares, mudares! O que se via é o que havia pra se ver! A estrada e as margens e as sombras – o céu no chão; o chão no céu – o nada prevalente.
E as águas turvas encobrindo a ilusão de olhos de gato, lama, lodo. Era um dia e anoitecia.
No rádio – que desligar o rádio seria tão impensável como deixar de respirar, ou mais – uma música insuportável dessas que deve tocar em rodeios por aí crescia e sumia, numa alternância irritante que, se é que isso era possível, mais ainda piorava a “canção”.
Luzes – lanternas rápidas, piscares!
Sombras.
Um pensamento longe – o amor. Os amores. Os que esperam, aguardam. Ascender, saber das coisas que se desdobram no amanhecer – os rios calmos, a alma boa, o novo que certamente virá ao deixar essas brumas – brumas que importam toda solidão da terra e sufocam neste tantinho obscuro de estrada. Desta estrada.