Cheguei, entrei e saí
     Num túnel me encontro. Sim, é um túnel.  É longo.  Nele não preciso buscar a tal luz no fim do túnel. Ele é claríssimo. Preciso, tenho de acalmar -  me. Por favor, chega de barulho estridente ! Humm... musiquinha no fundo. Sabe que acalma; faz esquecer o danado do barulhinho. Mas, vamos lá. Tenho muito a percorrer... É boa a musiquinha. Espera. Até quando? Mexa-se. Como? Não devo - penso. Tenho de chegar ao final. E vou chegar, sem precisar  caminhar. Paradoxo ? Não, verdade. Já se passaram vinte minutos. Ninguém comigo. Só eu a percorrer o túnel. Não me canso. Nem aflita. Apenas ansiosa. Sou companhia de mim mesma nesse caminho esquisito. Tento adormecer. Ah!  Vá, faça o seu papel, musiquinha! Não cumpre ! Muito barulho também. E não há peões de obra no túnel.
     Vou caminhando, ou melhor, deixo-me levar. Finalmente escuto uma voz ao longe...
     - Pronto, Sra., pode levantar-se.  Seu exame acabou.
     Levantei-me e deixei o túnel para que outros o percorressem e conhecessem de perto o que é uma ressonância magnética.
    Mundo moderno e exames sofisticados. Acredito que Hipócrates lá do outro lado da vida está feliz com o progresso de sua medicina.
     Tchau ! Que não precise atravessar mais esse túnel! 



 
Vilma Tavares
Enviado por Vilma Tavares em 29/01/2018
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