A CONDENAÇÃO DE LULA
Semana passado aconteceu algo novo e que nossos netos e bisnetos irão estudar nos livros de História no futuro. Aliás pode se dizer que nos últimos meses estão acontecendo fatos inusitados que irão preencher os livros de História de um futuro bem próximo.
Acontecimentos que jamais alguém em sã consciência e que conhecesse por ventura as peculiaridades da política brasileira poderia imaginar que um dia estariam ocorrendo por aqui: A condenação de políticos. Muito mais, a condenação de um ex-presidente da República.
Aos poucos a redoma intransponível da impunidade, a blindagem a prova de tudo que torna seus possuidores senhores do bem e do mal, protegidos como que por uma dadiva divina que lhes autoriza a fazer o que bem entenderem, contra quem bem lhes agrade sem implicações nem consequências desmorona frente ao bom senso e a coerência enfim.
O poder aos poucos, e isto já é um bom caminho, deixa de ser sinônimo de poder absoluto.
E isto está acontecendo por um motivo muito simples e os livros de História de nossos netos e bisnetos nos dirão: Já estava demais. A nação brasileira não aguentava mais tantas arbitrariedades, tantos mandos e desmandos, numa época em que tudo poderia ser feito bastando encontrar a pessoa certo com o poder adequado e o valor previamente acertado.
Vimos Lula ser condenado.
Aqueles que são contra a sua condenação, e eles existem, alegam , in extremis , ter sido um golpe, sem provas, veja você caro leitor, com a intenção de tirá-lo das próximas eleições privando, deste modo, a nação verde amarela da possibilidade de tê-lo de volta a governá-los. O seu suposto Salvador da pátria, que por ridículo que possa parecer, veja você novamente caro leitor, foi até comparado a Mandela ou pior, a Jesus cristo.
Segundo eles, em seu lugar foi colocado outro - Michel Temer - que cometeu maior número de crimes e mais graves que aqueles que levaram Lula a condenação. O que não deixa de ter um quê de verdade.
Mas vamos aonde é necessário ir. Primeiro, o fato de um ser tanto ou mais corrupto que outro não torna ninguém mais inocente que ninguém. Quem é culpado, será sempre culpado, não existe relativização de culpas, assim como a doença mais grave do meu vizinho não cura a minha.
Se Temer tem culpa, e ele com certeza também tem suas culpas, que seja julgado e condenado também. Com o mesmo rigor, com a mesma severidade, pois assim funciona a lei , assim deve ser.
Tudo isto talvez soe novo em nossos ouvidos, e com razão. É que por muitos e muitos anos sem praticar acabamos por esquecer que as leis foram feitas por uma razão bem simples e de fácil entendimento , serem cumpridas. Transitávamos por elas, livremente não dando a sua devida importância, tratando-as como avisos, lembrete do que poderíamos ou não cumprir sem sofrer grandes consequências , afinal de contas o peso da lei só era válido quando recaia sobre os outros.
Como serão interessantes os livros de história daqui para frente.
Os tempos são de mudanças