Riqueza infinita

Síntese das orações, leituras e reflexões é a minha certeza de que nem tudo o que possuímos, mesmo o que é de fato e de direito, efetivamente, nos pertence.

Salvo raras exceções, são muito pobres de espírito os possuidores de fortunas.

Já perceberam como eles acham que tudo tem um preço? Acreditam que tudo pode ser adquirido com o dinheiro que acumularam.

Porém, a história tem nos mostrado que o muito acumulado; o adquirido à duras penas, de maneira nem sempre lícita, pode mudar, subitamente, de mãos, devido aos imprevistos e às variações externas.

Penso que nem mesmo o corpo em que habitamos, é nosso.

É verdade que temos a tácita obrigação de bem cuidá-lo, já que é o invólucro, pela escolha divina, disignado para o abrigo do nosso espírito, durante o estágio terrestre.

Mas jamais devemos esquecer que quando formos convidados a retornar à pátria espiritual, nosso corpo físico ficará para trás.

A cada dia, pondero mais as nossas aquisições terrestres.

Para atender às demandas temporais é normal e necessário, ganharmos dinheiro, termos nossa fonte de renda, constituirmos capital, formarmos patrimônio, desde que de forma honesta e ética.

Igualmente, os cuidados corporais e a preservação física são aconselháveis para manutenção da nossa saúde.

No entanto, começo a discordar; a fazer questionamentos quando reflito a respeito da origem das nossas satisfações, das nossas alegrias e recompensas.

Somos dependentes de bens materiais finitos.

Somos reféns do vigor de um corpo que caminha para o envelhecimento.

E sabemos que, nem sempre, o bom senso prevalece.

Estamos preocupados com que? Quais são os nossos investimentos mais rentáveis? Que tesouros realmente temos?

Procuremos cuidar, enquanto há tempo, dos bens que adquirimos durante a vida. Aqueles que o tempo não consome, que ninguém usurpa.

Nossa fortuna verdadeira está nos secretos cofres da mente e do coração. Lá estão, bem guardadas, raras jóias, inalienáveis e impenhoráveis, riquezas de um espírito aprendiz.

Luiz Rodas
Enviado por Luiz Rodas em 27/01/2018
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