Sou daquelas criaturas que as pessoas julgam à primeira vista.
Sei que me acham sério, calado, correto, discreto e bravo feito pitbull.
Parte disso é verdade, e parte é muito falso.
Não vou dizer das partes falsas, cai-me bem essa vestimenta e, somente os que me conhecem bem, sabem dos meus lados ocultos.
E existem os que me temem por julgar demais culto ou inteligente.
E isso é a melhor delas.
Não me considero nem um nem outro. No máximo me vestiria de um sujeitinho bem esforçado.
Sei, mais do que ninguém, das minhas terríveis e extensas limitações. O interessante, é que de tanto me acusarem de ser inteligente, fui descubrindo alguns truques que podem ajudar qualquer um a vestir essa máscara, ou roupa, ou uniforme, como queiram.
Descobri que é bom ficar calado.
Sempre que me apresentam como inteligente, e a família é boa nisso. Parece que o fato de alguém ser, ou parecer inteligente, redime toda a parentelha. É como se dissessem: ¨olha, tenho um parente inteligente, então, minha genética não é de todo burra, entende?¨.
Pode ser isso, mas talvez seja mais. Então, quando me apresentam como inteligente, simplesmente fico calado. Balanço calmamente a cabeça, fito a pessoa nos olhos e digo algo simples, singelo, apenas um cumprimento básico ou uma saudação gentil. Pronto. Não é preciso mais nada. A pessoa não vai te perguntar nada. Está acuada, temerosa, com receio de que você, o tal inteligente, faça uma pergunta que ela não saiba responder.
Descobri que os inteligentes assustam tanto quanto um escorpião no prato.
Assim, vi que era uma força ficar calado e deixar correr. Fico na minha e observo. Se surgir a oportunidade, se o ambiente permitir, começo a fazer perguntas básicas:
- E aí, o que você faz?
Se a pessoa da abertura, vou tecendo as perguntas calmamente. Independente da resposta, sempre emendo:
- Mesmo, que intressante. E aonde você estuda/trabalha?
Daí já se abrem outras opções. Vou perguntando do que ela mais gosta de fazer ali. Há quanto tempo trabalha e o assunto acaba crescendo.
Não falo nada de mim. Em momento nenhum. Dirijo todo assunto com interesse na pessoa.
E não é que, na grande maioiria das vezes, o parente que me apresentou à pessoa um tempo depois me diz:
- Sabe aquela pessoa que apresentei? Te achou mesmo muito inteligente. Ficou encantada! Ficou sua fã.
E repare o leitor que nada fiz a não ser falar da pessoa e me interessar por ela o tempo todo...
Não sei se isso é ser inteligente, mas que me faz parecer ser inteligente, isso faz...
Sei que me acham sério, calado, correto, discreto e bravo feito pitbull.
Parte disso é verdade, e parte é muito falso.
Não vou dizer das partes falsas, cai-me bem essa vestimenta e, somente os que me conhecem bem, sabem dos meus lados ocultos.
E existem os que me temem por julgar demais culto ou inteligente.
E isso é a melhor delas.
Não me considero nem um nem outro. No máximo me vestiria de um sujeitinho bem esforçado.
Sei, mais do que ninguém, das minhas terríveis e extensas limitações. O interessante, é que de tanto me acusarem de ser inteligente, fui descubrindo alguns truques que podem ajudar qualquer um a vestir essa máscara, ou roupa, ou uniforme, como queiram.
Descobri que é bom ficar calado.
Sempre que me apresentam como inteligente, e a família é boa nisso. Parece que o fato de alguém ser, ou parecer inteligente, redime toda a parentelha. É como se dissessem: ¨olha, tenho um parente inteligente, então, minha genética não é de todo burra, entende?¨.
Pode ser isso, mas talvez seja mais. Então, quando me apresentam como inteligente, simplesmente fico calado. Balanço calmamente a cabeça, fito a pessoa nos olhos e digo algo simples, singelo, apenas um cumprimento básico ou uma saudação gentil. Pronto. Não é preciso mais nada. A pessoa não vai te perguntar nada. Está acuada, temerosa, com receio de que você, o tal inteligente, faça uma pergunta que ela não saiba responder.
Descobri que os inteligentes assustam tanto quanto um escorpião no prato.
Assim, vi que era uma força ficar calado e deixar correr. Fico na minha e observo. Se surgir a oportunidade, se o ambiente permitir, começo a fazer perguntas básicas:
- E aí, o que você faz?
Se a pessoa da abertura, vou tecendo as perguntas calmamente. Independente da resposta, sempre emendo:
- Mesmo, que intressante. E aonde você estuda/trabalha?
Daí já se abrem outras opções. Vou perguntando do que ela mais gosta de fazer ali. Há quanto tempo trabalha e o assunto acaba crescendo.
Não falo nada de mim. Em momento nenhum. Dirijo todo assunto com interesse na pessoa.
E não é que, na grande maioiria das vezes, o parente que me apresentou à pessoa um tempo depois me diz:
- Sabe aquela pessoa que apresentei? Te achou mesmo muito inteligente. Ficou encantada! Ficou sua fã.
E repare o leitor que nada fiz a não ser falar da pessoa e me interessar por ela o tempo todo...
Não sei se isso é ser inteligente, mas que me faz parecer ser inteligente, isso faz...