A atendente de sorriso constante e muita paciência...
- Senhor... Ei... SenhoÔÔrr...
- Hã, OI minha filhaaa! – O velhinho devia ter uns duzentos anos... Falo sério! Não seria de admirar se tivesse sido casado com a Esfinge ou fizesse bico nos filmes do Chaplin.
Tinha aquela simpatia que só os muitos anos de vida podem proporcionar.
A moça mostrava o formulário com o dedo indicador.
- “Sexo”.
- Com VOCÊ?! Ownn, menina... Bem que eu queria... Mas eu não tenho toda essa consistência! Digamos que esse parquinho aqui, já foi substituído por vídeo games e notebooks, hihihi...
A moça totalmente sem jeito arrumou os óculos e prendeu uma gargalhada. Não podia perder a compostura.
- Não senhor... aqui ó! “Homi” ou “mulé”, GÊNERO, compreende?
- Humm... Curto um romance. Daqueles que vendem na banca de jornal. Dizem que é pornografia de madame, mas tem seu lugar.
Desta vez ela não riu, apenas deu um suspiro e revirou os olhos como quem percebe que aquilo não tem hora para acabar.
- Vamos adiante. Toma algum remédio?
- Posso tomar um Viagra... Se for isso que quer saber...
- Não. Não é isso que quero saber, senhor. – Respondeu, ficando nitidamente irritada.
- Foi você que começou. – Ele deu de ombros.
A moça notou que algumas pessoas já tinham parado o que estavam fazendo para observar aquela conversa entre risos e cochichos.
- O que foi que eu comecei?!?!
- Toda a sedução... O joguete... FOI VOCÊ! Eu estava quieto no meu canto!
Algumas pessoas reagiram fazendo “humrum, É! “Foi isso mesmo! Eu vi!” Em defesa do pobre e assediado velhinho.
- Eu só perguntei o SEU SEXÔÔÔ!
- Shhhhh...!!! MAS MINHA MENINA!! Na minha época moça direita não dizia isso em voz alta! E pensar que você estava quase me conquistando.
- "Conquistando?" JESUS CRISTO... - Pensou a pobre atendente de clínica esfregando as duas mãos no rosto.
- Você parece tensa, algum problema?
- Não, senhor... Apenas assine aqui, ok?
- Não.
- MAS PORQUE NÃO?!?!
- Nada de compromisso sério. Ainda estamos na fase da paixonite, bêibi...