Um mundo que ficou no passado!
Época difícil de se viver, mas, interessantíssima.Período de 1966 e seguintes:
Não passava das 5.00 horas da manhã é todos tinhamos que estarmos de prontidão, pois, a obrigação estava selada. O velho não dava moleza mesmo. O dia estava chuvoso e o curral barrento, esterco mole escorria para o lado mais baixo e entancava por alí. Não havia maneira mais fácil de transpor aquela barreira, literalmente e era necessário passar por cima daquilo, para poder ordenhar as rezes. À medida que ordenhávamos, imediatamente liberávamos aquela vaca e seu bezerro, para que mamasse o restante do leite.
Preciso escrever esta passagem para que eu possa me esquecer: Havia uma res , que na época que estava parida, era muito brava, por causa do filhote, ela avançava em qualquer pessoa para se defender e defender o bezerro. O velho laçava a coitada e amarrava num estirão no centro do curral e lhe batia no fossinho com um pedaço de pau até arrancar sangue, eu ficava morrendo de pena, mas, não podia fazer nada. A vaca bufava sentindo dor e o velho batendo , com muita raiva. Eu achava aquilo muito irracional. Às vezes a gente falava algo, mas, não adiantava. Falavamos: chega pai, está machucando o animal! Mas, ele não dava ouvidos. Aquilo doia muito na gente, pois, todos os animais eram tratados com carinho e somente esta , que se chamava "Bolívia", quando parida era muito arredia. Com razão, pois, o seu filhote era apartado e a vaca queria quebrar a cerca para ir atrás dele.
O dia estava apenas começando e o aperto no coração em ver aquelas cenas. Haviam muitas atividade na fazenda e ninguém ficava parado. Fazenda, já sabemos é sempre fazendo.
Almoçavamos e logo partíamos para o campo. Este dia era reservado para roçagem de pastos e beira de córrego... roçar pasto até que não era muito difícil, mas, o problema era o sol muito quente e os mosquitinhos polvora, atentando nos olhos, ouvidos e pernas, pois, saíamos de camisa de manga curta e calção com a barra na canela e botina nos pés. Mosquitos, navalha de macaco, espinho de juá era o que tinha no mato.
Roçando beira de córrego, " hoje entendo que estávamos fazendo o errado" pois, como é que roça a beira do córrego, deixando-o totalmente desprotegido de vegetação? Arrancar as ervas para que o gado não ingerisse, (Ervas do botão, rocho, branco e amarelo etc... tudo bem, pois, se o gado come uma dessas ervas, é fatal. empanzina e acaba morrendo com um barrigão cheio de gases tóxicos. Cansei de ver esta cena. A vaca deitava, sem forças e a barriga crescia, até a morte. Não tem antídoto, pelo menos naquela época, não sei se hoje inventaram o antído para a toxidade dessas ervas. Bem , arrancávamos e deixava num local para que secassem ao sol, assim o gado não comia.
No dia seguinte a rotina da fazenda continuava. Desta vez era fazer cerca de arame farpado ou recuperar a existente. A tarefa mais difícil era furar buraco no cascalho e às vezes as unhas ficavam completamente cheias de terras. Mesmo retirando terras com um prato velho ou copo de extrato de tomate, a tarefa não era muito fácil, pois, debaixo de sol ou chuva a coisa tinha que render. Na hora de esticar o arame, um vacilo que fosse , os arranhoes daquele filho do diabo rasgava a pele. Tinha um senhorzinho que xingava o tempo todo, pois, ele se machucava demais com arames e soltava uma pérola tipo: " quem inventou o arame foi o capeta".A turma que andava junto rolava de tanto rir das graças desse velho 'Geraldo Pires", que pelo tempo já é falecido. Ele tinha seus filhos que o ajudavam também nas empreitadas que meu pai lhe dava. ele tinha um filho que bancava o fortão. Quando ele era contratado como "coelho", na carpina de roça, para puxar os mais lentos, sumia de vista na leira de milho. De repente aparece ele em outra leira de milho voltando e sorrindo para os retardatários. "dizia, (vamo lá moçada" o armoço já tá quase na hora", iahho!!!! gritava bem alto...Diversão a parte, a tarde estava chegando e todos com as costas quebradas de tanto puxar a enxada...
Lá pelas 4 da tarde, - quem teria que apartar o gado, tinha folga mais cedo, os outros continuavam até as 5 horas, e depois, corriam para o ribeirão, para dar um mergulho. Hora boa esta. Ficar alí naquela água geladinha... (continua...)
Não passava das 5.00 horas da manhã é todos tinhamos que estarmos de prontidão, pois, a obrigação estava selada. O velho não dava moleza mesmo. O dia estava chuvoso e o curral barrento, esterco mole escorria para o lado mais baixo e entancava por alí. Não havia maneira mais fácil de transpor aquela barreira, literalmente e era necessário passar por cima daquilo, para poder ordenhar as rezes. À medida que ordenhávamos, imediatamente liberávamos aquela vaca e seu bezerro, para que mamasse o restante do leite.
Preciso escrever esta passagem para que eu possa me esquecer: Havia uma res , que na época que estava parida, era muito brava, por causa do filhote, ela avançava em qualquer pessoa para se defender e defender o bezerro. O velho laçava a coitada e amarrava num estirão no centro do curral e lhe batia no fossinho com um pedaço de pau até arrancar sangue, eu ficava morrendo de pena, mas, não podia fazer nada. A vaca bufava sentindo dor e o velho batendo , com muita raiva. Eu achava aquilo muito irracional. Às vezes a gente falava algo, mas, não adiantava. Falavamos: chega pai, está machucando o animal! Mas, ele não dava ouvidos. Aquilo doia muito na gente, pois, todos os animais eram tratados com carinho e somente esta , que se chamava "Bolívia", quando parida era muito arredia. Com razão, pois, o seu filhote era apartado e a vaca queria quebrar a cerca para ir atrás dele.
O dia estava apenas começando e o aperto no coração em ver aquelas cenas. Haviam muitas atividade na fazenda e ninguém ficava parado. Fazenda, já sabemos é sempre fazendo.
Almoçavamos e logo partíamos para o campo. Este dia era reservado para roçagem de pastos e beira de córrego... roçar pasto até que não era muito difícil, mas, o problema era o sol muito quente e os mosquitinhos polvora, atentando nos olhos, ouvidos e pernas, pois, saíamos de camisa de manga curta e calção com a barra na canela e botina nos pés. Mosquitos, navalha de macaco, espinho de juá era o que tinha no mato.
Roçando beira de córrego, " hoje entendo que estávamos fazendo o errado" pois, como é que roça a beira do córrego, deixando-o totalmente desprotegido de vegetação? Arrancar as ervas para que o gado não ingerisse, (Ervas do botão, rocho, branco e amarelo etc... tudo bem, pois, se o gado come uma dessas ervas, é fatal. empanzina e acaba morrendo com um barrigão cheio de gases tóxicos. Cansei de ver esta cena. A vaca deitava, sem forças e a barriga crescia, até a morte. Não tem antídoto, pelo menos naquela época, não sei se hoje inventaram o antído para a toxidade dessas ervas. Bem , arrancávamos e deixava num local para que secassem ao sol, assim o gado não comia.
No dia seguinte a rotina da fazenda continuava. Desta vez era fazer cerca de arame farpado ou recuperar a existente. A tarefa mais difícil era furar buraco no cascalho e às vezes as unhas ficavam completamente cheias de terras. Mesmo retirando terras com um prato velho ou copo de extrato de tomate, a tarefa não era muito fácil, pois, debaixo de sol ou chuva a coisa tinha que render. Na hora de esticar o arame, um vacilo que fosse , os arranhoes daquele filho do diabo rasgava a pele. Tinha um senhorzinho que xingava o tempo todo, pois, ele se machucava demais com arames e soltava uma pérola tipo: " quem inventou o arame foi o capeta".A turma que andava junto rolava de tanto rir das graças desse velho 'Geraldo Pires", que pelo tempo já é falecido. Ele tinha seus filhos que o ajudavam também nas empreitadas que meu pai lhe dava. ele tinha um filho que bancava o fortão. Quando ele era contratado como "coelho", na carpina de roça, para puxar os mais lentos, sumia de vista na leira de milho. De repente aparece ele em outra leira de milho voltando e sorrindo para os retardatários. "dizia, (vamo lá moçada" o armoço já tá quase na hora", iahho!!!! gritava bem alto...Diversão a parte, a tarde estava chegando e todos com as costas quebradas de tanto puxar a enxada...
Lá pelas 4 da tarde, - quem teria que apartar o gado, tinha folga mais cedo, os outros continuavam até as 5 horas, e depois, corriam para o ribeirão, para dar um mergulho. Hora boa esta. Ficar alí naquela água geladinha... (continua...)