Um Menino
Mais um dia breve na vida,
Eis que vejo um menino.
Não sei era pobre ou rico, mas trazia o semblante um tanto sofrido.
Pensei, eu comigo, a vida a todos nos trás certos atritos.
O menino corria, seus cabelos ao vento, desordenados tanto quanto os meus pensamentos, que iam e outras vezes vinham, de um passado que se confunde com o presente e não apontam para futuro algum.
Por vezes vejo este mesmo menino, já metido num terno branco, com um lenço no bolso a adornar a sua lapela. Na mão um cravo já retorcido, me parece guardara dentro de um livro, como a guardar o frescor de quando lhe fora oferecido. Pelo seu porte, pode alguém pensar, é filho de algum coronel ou de um sargento abastado. Quem agora o vê, diz deslumbrado, que é filho de um passado não muito feliz, pois agora vislumbro aquele mesmo menino, já metido num corpo carcomido, onde os pensamentos se remontam a um encantamento há muito perdido.
Hoje, já não é um mais um menino, o seu cabelo hoje é esparso, o terno sequer guarda o alvejar daquele passado, o cravo retorcido, já não guarda em nada a formosura e os encantos do passado.