A PeidizZ

Seu Wardemar, catou a espingaida, muntou no cavalo manga laiga e nóis foi caça Peidiz, ni uma campina, da sua fazenda. Eu panhei minha capanga, meu estilingue de burracha de caminhão, aigumas pedras e sigui discarço, pelo trieiro. O nosso cachorro peidigueiro, correu na frente, levantano pueira. Nóis passô num coigo, eu abri uma poitera e um cochete; era ni uma quaita feira, de taide. Chegamo nu distino.  Seu Wardemar, apiou do cavalo, agachô e ajueiô, com a peina esqueida, levantô a peina direita, com a espingaida. apontada pra riba,  eu tamém agachei.
O cachorro acuou a peidiz e seu Wardemar atirou nela, no aito do ceu e ela caiu moita, então, eu e o cachorro, fomo prucurá a peidiz no mei da paiada de mio.
Num minutim, o danado do cachorro moideu ela e troxe pra mim.
Puis a peidiz na capanga e nóis foi de vorta pra casa, jantá.
Na vorta, eu ainda aceitei a cabeça duma codoina, com meu istilingue.
No finar, deu moio de passarinho, pra nóis cumê.

Desvendando:
Estória real, na linguagem coloquial de João Vila Nova, um menino, de 10 anos, roceiro, que foi criado na Fazenda do Senhor Waldemar Costa, na chapada, no Município de Ipameri, Estado de Goiás. 
João Vila Nova, aos 30 anos, veio trabalhar na Fazenda do meu Avô, Joaquim Teodoro de Resende, no município de Pires do Rio, durante 40 anos.
Faleceu aos 70 anos de idade.
 
Jaime Teodoro
Enviado por Jaime Teodoro em 22/01/2018
Reeditado em 11/02/2019
Código do texto: T6232997
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