Somos preconceituosos? Uma pergunta difícil mas ao mesmo tempo fácil de responder: Claro que somos. Nós tentamos não ser, nos policiamos, mas somos. O preconceito mesmo que "pequeno e inofensivo" está dentro de nós e vem da nossa cultura, educação, do que ouvimos adultos dizer quando éramos crianças, enfim, do mundo em que vivemos. Hoje, as denúncias estão sendo feitas cada vez com mais frequência, mas temos que tomar muito cuidado com a fase do politicamente correto exagerado que tomou conta do país. Sou contra qualquer tipo de desrespeito ao ser humano: Assédio, estupro, violência contra a mulher, racial, homofóbico, etc. Mas também sou contra o vitimismo, oportunismo e as contradições. O exagero do politicamente correto pode gerar um palavrão que eu abomino: Censura. Os brasileiros nascidos na década de 80 não sabem o que é viver na censura.
          Lutar por justiça e igualdade é um direito de cada cidadão garantido pela cosntituição e até um dever, mas não podemos usar o fato de fazermos partes de uma minoria para justificar todas os nossos atos, nossos erros e nossas frustrações. Faço parte de uma geração que sempre foi a luta e deu a cara a tapa. Cazuza, Fred Mercury, Renato Russo, Boy George, Prince, Cássia Eller e Ney Matogrosso ainda vivo, gays; Madonna abriu caminhos para as mulheres serem ouvidas, mas nenhum deles nunca permitiram que os seus trabalhos como artistas ficassem menor do que sua condição. Nunca os vi se vitimizando em público. Eles são lembrados pela obra, não por serem gays, e conquistaram todo tipo de público. Simplesmente foram à luta e mostraram que podiam.
          Existem vários tipo de preconceituosos: Os que são mas escondem por medo(preconceito velado), o que são mas só mostram quando estão com muita raiva, os que são mas se esforçam para não serem e respeitam as pessoas e finalmente os que são e nâo escondem que são e não respeitam ninguém. Não estou falando aqui apenas de preconceito ao negro, gay, mulher e a intolerância religiosa não. Estou me referindo a qualquer tipo de preconceito, afinal vivemos num mundo preconceituoso. Eu batia no peito e costumava dizer: Não sou preconceituoso. Quanta ingenuidade a minha. Hoje costumo dizer que luto contra qualquer tipo de preconceito e que alguns eu não tenho. A maturidade me tornou mais generoso, sábio e tento evoluir como ser humano sendo mais justo com as pessoas. Hoje tento enxergar a pessoa, não sua raça, sua posição, sua religião ou sua sexualidade.
          Certa vez li numa revista a seguinte frase: O mundo não é preconceituoso, as pessoas são. Ué, mas não são as pessoas que fazem o mundo?
José Raimundo Marques
Enviado por José Raimundo Marques em 21/01/2018
Reeditado em 21/01/2018
Código do texto: T6232382
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