ELEIÇÕES

Eleições...

1998.

Ano eleitoral e todas as casas e muros da comunidade tinham fotos coladas dos canditados com seu número e sorriso emblemático. Os comíssios eram regados com shows de artistas consagrados, as promessas eram infinitas.Tudo era festa!

Faziam-se reuniões de comitês na comunidade, galinhadas e feijoadas com a palavra; o então deputado. Abraçava e tirava fotos com o morador de chinelo e regata, pobre de dinheiro e discernimento, a Dona de casa com sonho de ter um filho formado se emocionava; como o doutor é bonito.

Tudo era felicidade e palmas.

Trabalhadores atentos às promessas.

Após o discurso, a esperança de um mundo novo no palanque improvisado, ele ia embora e com ele ia a esperança, dali algumas horas, voltava de madrugada seus colaboradores munidos de megafones e cobertores popular de doação.

O povo saía pra rua pra pegar o máximo de cobertores que os braços podiam carregar.

Com elas uns cobriam os filhos, com elas outros cobriam os cachorros.

Antes a dentadura.

Eram tempos difíceis para sonhadores.

Chegada o dia da eleição, os professores e diretores da minha escola, os mesmos conhecedores da História da nossa política desde que o mundo é mundo, munidos de camisetas e santinhos (que eu achava ser um santinho religioso mesmo em miniatura) dividiam a pista na entrada da instituição, era ofensas e xingamentos de lá e de cá, com a bandeira do partido num cabo madeira em punho.Verdadeiro Fla x Flu.

Que loucura.

Que tristeza.(eu tinha uns 12 anos de idade.)

Porque o povo é tão cego? Tão obtuso?

Passado as eleições...o candidato vence! Viva!

Ele aparece agora SOMENTE na tv. Envolvido com corrupção, que naquela época era uma "simples" venda de terras, a chamada grilagem. O que rendia ainda no jornal impresso uma boa Manchete.Um escândalo.

De lá pra cá. Hum. Mensalão, desfiles de meias e cuecas com dinheiro público, CPIs, Operações com nomes jocosos, e tudo mais o que sua imaginação puder criar.

Me irritava a sujeira das ruas cheias de santinhos em minha análise racional.

Hoje me enoja a sujeira no Congresso nacional.

Priscila Ferrer
Enviado por Priscila Ferrer em 20/01/2018
Reeditado em 20/01/2018
Código do texto: T6231149
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