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O Rio Xingu. é um dos maiores rios de água doce do mundo.
Existe o alto, médio e baixo Xingu. Entre o médio e o baixo, existiam três Cachoeiras, que formávam grandes remansos, dividindo as águas, entre pedreiras. Ficavam localizadas no Estado do Pará, acima de São Felix do Xingú, onde adentramos o rio. Isso, por volta de 1989.
Subimos o rio, em duas canoas de cinco metros, com motor 25. Éramos cinco pescadores, quase todos armados, com facas e armas de fogo, por segurança.
Acima das Cachoeiras, haviam várias Tribos Indígenas, sendo que algumas, roubavam pescadores, tomando suas canoas e equipamentos.
Por prevenção, contratamos um Índio, menos selvagem, para nos guiar rio acima. Paramos em sua Aldeia, à beira rio, qual tava cheia de Índios e Índias, seminus.
O Cacique liberou nosso guia, pois um dos pescadores, era Veterinário e capou um cabrito para o chefe.
A passagem, pelas três cachoeiras, Rio acima, foi muito difícil, mas chegamos ao destino, o médio Xingu. Ficamos acampados, em barracas e redes, no meio do Mato, devido ao grande número de Jacarés à beira do rio. Mosquitos pretos, eram milhares, nos picando, dia e noite. Ainda bem que nosso guia, levou para nós, óleo de urucum para a pele.
A gente pescava dia e noite. 
Certa tarde, na barra do Xingu com o Ribeirão Baú, deparamos com um cardume de Trairão e inclusive fisgamos um, com aproximadamente 15 quilos.
Pegamos tanto peixe e jacarés, que tivemos que salga-los.
Por sorte, só vimos a placa da FUNAI. Não vimos os selvagens que roubavam as canoas. 
Fiquei meio tenso, numa noite em que eu estava sozinho, com o indinho, filho do guia, na margem, esperando a turma que havia subido o rio.
Fiquei com medo de ser capturado por um índio. Mas ao mesmo tempo, louco de vontade, de conhecer uma índia novinha e semi nua.
Mas o que apareceu para mim, foi um baita peixão de tentáculos no fucinho, de aproximadamente uns 10 quilos. Ele vinha nadando no raso, tentando capturar peixinhos e quando encostava na nossa rede de pesca, ele recuava. Os seus tentáculos eram seu alerta. Incrível...
Eu via aquele peixe grande, mas não conseguia pegá-lo. Eu jogava o anzol com um peixinho morto, mas ele não queria. Geralmente, os peixes grandes, gostam de pegar peixinhos em movimento. Experto demais...
Fiquei com água na boca. Daí, logo ele foi se embora. 
Nós, também, depois de cinco dias acampados, descemos o rio, em apenas uma canoa, pois a outra, havia quebrado a hélice.
Foi muito difícil, a travessia nas Cachoeiras, pois tinha cinco homens, o guia e seu filho, numa só canoa, arrastando outra, com caixas de isopor, peixes, varas e outros utensílios.
Nosso passeio, quase acabou em tragédia, pois tinha um companheiro bêbado, que caiu no rio, sem salva-vidas. Foi um sufoco, alí na travessia das Cachoeiras. Perdemos horas, girando em redemoinho, tentando sair dos remansos, formados por elas.
Mas, depois de quase meio dia de viagem, no leito do rio, chegamos em terra firme. Graças a Deus.
Então, entramos nas duas caminhonetes e retornamos para Tucumã, depois de sete dias de pescaria. Foi tenso, mas foi divertido...
Jaime Teodoro
Enviado por Jaime Teodoro em 19/01/2018
Reeditado em 07/02/2019
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