Lilás

Um terraço sem andar e decorado...

Toda mata existente no planeta, nas muretas...

Sem separação...

Que debruça o ar no precipício da visão...

Afasta-se da vertigem, abraça-se nas flores multicoloridas...

Sombra tardia inicia de novos dias laminas de luz...

Violetas brancas e jasmins...

Nas noites o perfume da dama...

E o girassol que gira a terra e roda o tempo a ciranda da vida...

A grama cresce no concreto em seu piso ninho de gatos nas pinturas das paredes e alfazemas...

A mirra ordenha os jorros de seu perfume...

Mudas florescem pelas raízes as pétalas esverdeadas genitora...

Jardim suspenso... Vaso extenso... primavera, verão...

Inverno aquecido nos olhos dos polens e fibras do caule...

Outono gerando as sementes em seu próprio útero em cores gêmeas secundaria e invisíveis...

O corpo é a terra e a terra é o pó... E o pó da terra é a montanha, mas para a cratera é o grão de areia que em seu jardim dito imensidão sem fim...

No centro do jardim uma mesinha redonda talhada pela mão do vento e três cadeiras como a mesa as mãos da madeira...

Vestida por uma teia de rendas rosa vivas entrelaçadas que brotaram na madeira...

Nas cadeiras gérberas com suas cores sem preferencia a natural criação...

No centro um vaso de barro singelo e pequeno sem adorno vazio...

O barro lascado por duas mãos em um punhado apertado para si e na lágrima da emoção daquele artesão fez de seu perfil a singela creação, seu conteúdo vazio...

Um cálice de cristal colocado em seu lugar próximo à cadeira encima da mesa...

As nuvens formando acima e abaixo do jardim convidavam seus raios a fusão do calor da terra as esferas geladas geradas...

E na tristeza nublada as nuvens choram sobre o jardim e no tempo das gotas as nuvens abrem e de mãos dadas com as outras formam uma roda para que o sol entre e sente em sua cadeira na beira da mesa no jardim...

Quando lá de cima uma dama da noite ressurge, estrela do meio dia...

O sol se levanta e puxando a cadeira para a amada lua que senta e o sol ao seu lado sorri... Encontram-se...

No vasinho ao centro a lágrima da nuvem encheu de pó até a boca e uma sementinha começou sua essência...

Na outra cadeira a vida inteira sentada observa o cálice...

Em seu interior o liquido de cor lilás...

Que por mais alimentasse sua sede a vida percebia que em seu interior alimentado daquele liquido, mais fortalece a sua liberdade...

Escolhas...

E que os olhos da existência jamais deixaram de amar novamente...

A vida homenageia...

CARLLUS ARCHELLAUS
Enviado por CARLLUS ARCHELLAUS em 19/01/2018
Código do texto: T6230091
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