MORTE E VIDA
Por VICTOR MENDEL
"Há muito em comum entre a morte e a vida. Quando se morre, há perdas, tanto para quem continua a lutar para entender a vida, quanto para quem vai descobrir o que a vida não revela.
Quem fica, vive muitas outras perdas, muitas outras mortes. Perde pessoas para a vida e para morte. Um dia lá estão vivendo ao seu redor, correndo e brincando através do tempo. Cruzando seu caminho, caminhando junto, olhando seu caminhar, amando seu jeito de andar.
N’outro dia, não são mais. Não são mais pedras no caminho, não são mais os que lhe darão a mão, que lhe encontrarão nas encruzilhadas, que olharão seu caminhar e amarão o que vêem. Não estão mais lá. Seja por escolha própria, seja por escolha divina, ou seja lá no que você acredita.
O mais importante, caro leitor, é que todo esse vai e vem de gente, tem muito a ensinar. E os ensinamentos nem sempre são apetitosos, nem sempre descem facilmente, nem tampouco são agradáveis ao estômago; mas, em compensação, são muito nutritivos. Nutrem de vida e de experiência. Fica-se experiente em entender que muito ainda deve ser aprendido, e muito ensinado.
As perdas dos vivos às vezes parecem tirar-lhes o próprio espírito para fora do corpo, mas é um puro devaneio. Se há dor, ainda há vida que possa ser vivida.
Mas há ainda a maior perda de todas, a perda dos mortos. Apesar de, agora, terem descoberto o que nenhum vivo descobriu – apesar de passar a vida inteira procurando respostas - , eles, os mortos, não terão uma vida que oscila em doces e amargos, não terão mais perdas que lhes ensine. Isso, meu amigo, é pior perda de todas. Pois tudo que te cerca, hoje, em vida, nutre. E enquanto há suprimentos para corpo, alma e espírito, há aprendizado, "