Tahi kucing kering
Tahi kucing kering
A expressão acima, que se pronuncia tarri cutching cring é do idioma indonésio e, com gato no meio, diz literalmente cocô de gato seco. Serve para expressar desagrado de várias formas. De forma pouco elegante, e normalmente restrita ao linguajar tribal de uma pequena comunidade, como membros de uma irmandade, de uma escola, uma vizinhança, emitida de preferência distante de adultos para se evitar disposições corretivas imediatas de até terceiro grau. Mais ou menos como era no meu tempo de criança quando se derrapava no linguajar, e no língua agir...
Lina, que conheci adolescente, e já poliglota com raro grau de proficiência foi quem ma ensinou, mesmo sabendo que propensão ao seu uso soaria sempre pouco natural, tanto pela falta de verve quanto da intensidade da convicção. Ela, contudo, manteve sempre sua contundência, mesmo conhecendo a fundo, os equivalentes da dita expressão em chinês, inglês, espanhol, polonês e francês. Mas que, todos juntos, não traziam a força do original.
Os quatro anos somados que vivi em Jacarta deram-me plenas oportunidades de aprendizagem da língua indonésia, mas a despeito do esforço inicial, nunca avancei. E sobretudo pela facilidade prodigiosa com que Lina se comunicava em outros idiomas mais familiares para mim e, daí, negligenciei, não passando jamais da superficialidade vocabular e verbal. Ma´af, que pena, como dizem por lá, aliás originária do árabe.
E de pensar que, parodiando a obra magistral de Lima Barreto, eu podia bem ser o verdadeiro homem que falava javanês...Tahi kuchig kering!