A ABNEGACAO

Há um sentimento humano que não se apresenta como algo que se revela a partir do nosso nascimento. Ele surge com o passar do tempo, com o próprio crescimento espiritual, na compreensão do quanto é importante abster-se da visão egoísta de que somos o centro do mundo. Entendermos que temos na terra uma missão social, de contribuição para a construção do bem coletivo. Sabermos que não devemos viver em função exclusiva dos nossos próprios interesses.

Não é fácil a prática da abnegação. É uma virtude que exige sacrifícios, desprendimento. Antes de tudo, é preciso se desapegar das coisas materiais ou passageiras. Ter a noção plena da importância do espírito de fraternidade que deve comandar as atitudes do homem no seu convívio social. Dedicar-se em favor de uma causa, pessoa ou idéia, sem necessariamente se preocupar com o que possa ganhar em troca.

Mas a abnegação só tem sentido se acontece de forma espontânea, sem imposições e sem o desejo de exibicionismo, a demonstração para os outros de que está sendo um colaborador do bem estar coletivo. No mundo vemos muita gente que quer se destacar como um abnegado, mas na verdade está querendo usufruir dessa falsa dedicação aos outros.

O abnegado nega a definição de vida onde prevalece a determinação do “primeiro eu”. Ele age com naturalidade buscando associar a satisfação dos seus objetivos pessoais, mas nunca em detrimento do que possa ser essencial para os que estão necessitando da sua ajuda. Não há necessidade de privar-se da própria alegria para promover o contentamento dos outros.

O maior exemplo de abnegação que conhecemos na história universal nos foi dado por Jesus Cristo. Nas suas atitudes e nos seus ensinamentos, encontramos o verdadeiro significado do que seja abnegação. Se refletirmos bem sobre isso, haveremos de ser pessoas com paz de espírito, convictas de que somos condutores da nossa própria vida, mas também responsáveis pela melhoria de vida dos que nos cercam.

• Integra a série de crônicas “SENTIMENTOS, EMOÇÕES E ATITUDES”.

Rui Leitão
Enviado por Rui Leitão em 17/01/2018
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