Analfabetismo

Sala de aula numa manhã de outono observo o professor diante da lousa prestes a travar, mas uma batalha diária. Como monitor de classe, vejo que seu adversário é um ser muito poderoso, forte e bem alimentado pela evasão escolar.

Mas o educador esta revestido pela armadura de conhecimento, em sua mão direita reluz um giz branco, a sua espada. De seu escudo flui explanação de saber. Os seus argumentos são cortante feito navalha e queima mais que língua de fogo.

Ele precisa se fazer entender que o “ser” analfabeto não vislumbra às belíssimas crônicas de Rubens Braga, o soneto de felicidade de Vinicius de Moraes que revela uma áurea poética nua e crua. É como se ter um portal aberto para a dimensão intelectual, obter o ingresso, mas não pode Entrar.

 Os alunos agora, mas envoltos e motivados estão preste a vencerem. O analfabetismo ainda brinca de cobra sega, querendo vedar o conhecimento, ludibriar o bom viver da vida, enganar o saber e aos estudantes. Então o educador fez estrugir a filosofia inebriante de Sócrates, agregada a fragrância poética de Dante e o derruba por terra, ele fica enfraquecido, mas não estar morto.

Eis que a primeira batalha foi vencida, o nobre guru fez se entender que a alfabetização leva a inclusão do ser humano. Estando no mundo analfabeto, é não usufruir daquilo que ele oferece. É não poder fugir, de vez enquanto, numa viagem literária para um mundo fantástico. É simplesmente um “existir” sem existir.
Marcos Antônio Lima
Enviado por Marcos Antônio Lima em 15/01/2018
Reeditado em 15/01/2018
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