Na capa do meu computador coloquei o retrato do meu redentor. É a obra artística de uma linda menina pintora chamada Akiane, que um dia colocou um anúncio convocando uma pessoa que posasse como modelo para que o grande mestre retratasse.

Dos vários pretendentes que atenderam à sua convocação, um em especial  chamou a sua atenção, pois possuía um olhar inspirador que lhe transmitiu uma imensa paz  interior. Imediatamente o contratou e durante dias ele para ela pacientemente posou. 

Nesse período de tempo, pouco conversaram, pois o objetivo dela era prestar bastante atenção nos traços que aos poucos os seus pinceis esboçavam. Ainda assim, depois um certo período, descobriu que ele se dedicava a arte da carpintaria, igual a profissão que Jesus, segundo a Bíblia, praticaria. 

Após terminado o retrato, ele recusou qualquer recompensa, ao alegar que o seu prêmio maior era ter estado por tanto  tempo em sua presença.

Mais tarde ela se tornou conhecida e o quadro ficou famoso e virou um sucesso no mundo, pois todos tinham a curiosidade de conhecer o rosto do Deus todo poderoso.

 O tempo passou e esse ambiente também mudou. Até que um dia um menino de quatro anos,  que morava em outra cidade, teve morte cerebral quando era operado.

Durante infindáveis minutos os médicos tentaram de todos os modos fazer que a vida voltasse ao corpo daquela criança, até que em um determinado momento a sua respiração se recuperou e incutiu nos médicos motivadoras esperanças.

Passados mais alguns anos, e já totalmente recuperado, o rapazinho, agora com nove aninhos, contou aos seus pais que se lembrava de haver morrido naquela mesa de operação e que havia ascendido ao céu através de um túnel que era um verdadeiro turbilhão, e ao final dele encontrou várias pessoas que o saudaram e com ele entraram em comunhão, entre elas um homem de barbas longas que lhe ofereceu um imenso amor e a sua proteção.

Mas logo após, anunciou solenemente que o seu momento ainda não era chegado,  e por isso deveria voltar para o lado dos seus entes amados.

Embora tenham recebido com reservas essa revelação, mostraram várias representações  tradicionais de Jesus para que o menino dissesse qual delas mas se parecia como  personagem a que  se referira. 

Como ele não o reconheceu em nenhuma delas, os pais sorriram e disseram que o amavam de paixão, e o importante era que a união da família havia sido restabelecida através da graça recebida.

Mas um dia enquanto folheava uma revista que sua mãe havia comprado, o jovem viu a foto de Jesus no quadro que a tal menina havia pintado, e dirigindo-se ao seu pai disse com plena convicção: pai, este é o homem que me ofereceu proteção.
 
Cronista
Enviado por Cronista em 15/01/2018
Reeditado em 09/03/2019
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