SENTINDO FALTA DE UMA FADA MADRINHA.
Todo dia, toda hora, em qualquer lugar há algo de bom e de ruim acontecendo. Tenho escolhido estar nos lugares mais calmos, mais silenciosos e menos invasivos. Pena que quando estamos no trânsito não temos muitas escolhas. Há sempre um maluco pelo caminho. Por isto descarto a linha do stress nestes momentos. Tenho notado tantas mudanças em mim, que até ao filme Malévola, assisti outro dia. Nem preciso dizer que estou vendo os Treze dias sem sol e Tempo de amar. De repente descubro que gosto de tudo que me emociona.
Gosto dos quadros nas paredes, dos álbuns de fotografias, das plantas que permanecem verdes, dos autores que escreviam comigo, e até de cozinhar umas seis vezes por ano. Então neste ano, hoje foi a primeira vez. Juntei dois ovos, um tomate, 200 gramas de carne moída. Usei aqueles temperinhos de alho, cebola e salsa. Virou quase um omelete regado a azeite extra virgem. Finalizei colocando dentro de um pão integral e dei o nome de janta. Ficou muito gostoso. Melhor que este texto! Só não ficou melhor que a visita da Ana Toledo em minha escrivaninha.
Outra coisa que tenho feito com muita frequência é ligar para minha mãe. Não é para dizer que a amo. Nunca fomos destas coisas. Mas só para eu ter certeza que ela está bem e que meu irmão também está. São duas pessoas em fases delicadas da vida. Eu poderia me incluir nesta fase, mas a palavra “delicada”, nem combina comigo. Eu bem disse para a Dra. Que sinto falta de quando eu escrevia um texto com menos de cinco minutos. Meu cérebro devia correr muito. Vai cérebro! – Acorda e volte a correr! Este seria um dos meus desejos para este ano, se tivesse uma fada madrinha.