Folhas de Outono.
 
Hoje eu necessito falar de mim, já que é hoje, o primeiro dia de outono, a estação mais linda do ano, e o meu coração sangra. Em breve as folhas mudarão de cor e as arvores ficarão diferentes umas das outras. Já quanto ao meu sentimento este não muda. Não há melhor momento que o outono para começar a esquecer as coisas que nos incomodam.

É preciso deixar que se solte de mim, as pétalas dos refolhos coração como folhas secas. Assim como vejo, contra o sol esmaecido, a sombra de folhas das árvores cair, o mesmo está acontecendo, neste exato momento dentro de minha alma.

E vejam vocês que ainda ontem, na noite passada em pleno plenilúnio de carme, sobre os ladrilhos da praça desespero ela me disse adeus. Enquanto agora caminho pelas veredas de minhas reminiscências perece que estou entrando em um túnel que nunca havia atravessado: aquele que leva do cinismo á paixão, da ironia á entrega.

Enquanto isso continua a buscar pela bela princesa que deve existir na mulher amada, como foi dito numa citação poética de um nobre escritor, ou escritora que agora não recordo o nome, assim como um cavalheiro de armadura resplandecente que mata o dragão, colhe a rosa e lhe arrancam os espinhos, para doar a sua amada apenas as fragrâncias de perene perfume.

Foi nessa essência de framboesa saudade que ela se foi, levando com ela as estrelas dos meus olhos e o sol do meu sorriso, eis que fico aqui, neste momento defronte ao meu notebook, tentando descrever a minha dor da melhor e mais doce forma, denominando-a de amor, ou seria dor de cotovelo? Ou seria coisa de poeta que sou? Tanto faz.
 
 
Marcos Antônio Lima
Enviado por Marcos Antônio Lima em 14/01/2018
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