Sirva-me um copo
Em uma roda de conversa havia ele, só ele, em pura sintonia. Sabe aquele momento do "Eu"? Pois é, o "Eu".
Altas risadas, altas reflexões que oscilava em tensão ao ecstase. Logo, em meio a tantas palavras soltas...
- Meu irmão, você é machista!
Quem, onde está? Eu? Todos indagavam com pouca lucidez. As trocas de olhares uns aos outros de curiosidade, quem?
O silêncio permaneceu em corrente inquebrável. O sorriso de medo desenhava as faces daqueles que acreditavam de que o tal Machista fosse ele mesmo. De repente em alta gargalhada desvia o silêncio de todos aos ruídos de satisfação... A roda continua ... Reflexões, felicidades e histórias.
Bate o copo na mesa, assustam e novamente O silêncio vem a mesa.
- Que isso? Que merda é essa?
Voltam-se os 7 olhares a um rapaz à mesa ao lado que já por sua vez com as mãos trêmulas e sem condições de falar. Bêbado!
- Euuuuuu, bebebe... Bebadu! Nummmm, não!
- Sisisim, is... isssss... tá sim!
Levantou-se o rapaz, derrubou a cadeira e a própria bebida. Em Passos largos não saia do lugar, o vento entrava pela janela próxima e ele o acompanhava, mas parado. A roda o assistia e por dentro segurava a todo custo suas risadas.
- Machiii....Machisss, machista ieu? Siim, sooou MACHISTA!
gritou o rapaz!
A atenção permaneceu no rapaz em total sobriedade de suas próprias perguntas... Todos que ali assistiam queriam o meio e o final daquela história que estaria por vir.
Sem mais demora começa a explicar o bêbado.
- Sooou MACHISTA! Euuu abro a porta praaaa, praaaa ela... Nunca, nun... Ca noi faz nada,siii, se num for junto... Ela é a miminha Muié, também manda ná casa. Trucamos serviços. Ela sempre , sempre seerá independente... Andamu junto, mi entende? Quer... Quero ela filiz... Pur issu qui sou machista...
Em sua volta não tinha mais ninguém, já estava muito tarde e o rapaz se encontrava na rua debaixo da chuva querendo entrar no bar. E aquela roda? A roda foi embora. Pois, Afinal a história não teve nem começo, meio e fim.