Tiradentes
Mais uma experiência horrível pra minha coleção, e por que não, a pior de todas. E posso dizer com clareza que as anteriores não foram nada boas...
Era como se tivesse na minha frente um homem enorme com uma armadura e um maçarico na mão eu ali vulnerável e in capaz como uma criança desprotegida apesar de nada segurar meus braços, era como se cordas me cortassem os punhos e me impediam de sair dali. Totalmente imobilizada por cordas invisíveis. Só eu podia ver e não me lembro de ter uma só parte do corpo parada, ate minha alma tremia e meus olhos não se abriam preferindo não testemunhar os utensílios perfurantes vindos em minha direção para trazer dor, alivio e dor e assim sucessivamente até finalmente dar certo. Claro que eu tive a opção de parar, mas quis dar continuidade algo que terminasse com tanto atormento.
Incontáveis anestesias foram usadas que por mim nem foram contadas e o barulho do motor soava como uma britadeira. Como sofri, mas ganhei um elogio que não me convenceu muito. Corajosa? Não sei se seria a palavra certa, naquele momento deitada na cadeira branca do dentista que tentou como pode para extrair me um miserável dente e sem sucesso algum depois de usar todos os métodos e aparelhos, desistiu no meio do caminho para não me constranger ainda mais depois de um rio de lagrimas silenciosas escorrer em mim misturado ao suor e pele fria resolveu suturar com o dente no lugar de inicio me mandando pra casa abastecida de analgésicos e inflamatórios para um breve retorno de sete dias.
Ate agora não consegui entender porque eu, um simples reles mortal sofrer tanta dor e porque não, de dentes, as vezes, ate sem o dente. Ja que parece que sempre o fantasma de dente mora ali em algum canto.
Uma frase usada pelo medico despertou em mim curiosidade. Você tem muitos pecados? Sim, respondi prontamente e acrescentei; mas juntando com os seus vieram todos cobrados em mim. Mayala Morenna