Breve luz
Quando pequeno, ou seja, ainda jogado na imensidão do mundo, à noite me chamava a atenção aquelas luzes pequeninas e distantes sempre observadas nos limites da minha também pequena cidadezinha do interior. Perguntava-me: seriam estrelas ou luzes de um pisca-pisca? Mas para a imaginação fértil de criança aquilo me marcava como um lugar mágico desses que se encontram na imaginação infantil; uma dessas imagens que nos cobra eterna felicidade.
Eram na verdade outras cidades ou lugares onde a mão humana levou Tesla. Hoje ainda me fascinam essas luzes, mas eu já não sou tão pequeno e nem o mundo parece tão imenso comparado a imensidão do universo. Para me recompor preciso mirar o céu e encontrar respostas em outras luzes, as estrelas que me dão na verdade só perguntas.
Ocorre me agora que nem elas são dignas de minha confiança, enganam-me tal qual as luzes das cidades de que falei. O que vemos no céu são afinal fotos do passado, algumas daquelas estrelas quiçá nem existam mais.
Diante do mistério me atrevo a perguntar: E que sou eu, meu Deus? A resposta me vem como pergunta, que faço baixo para que ninguém me ouça: E quem sóis Vós se não algo que só existe em mim?
Concluo por fim que o mundo só existe em mim... e talvez no final das contas eu seja uma breve luz que algum garoto observa....