Doce como mel. Forte como fel.
O espírito de vingança nunca norteou minha alma. Não essa declarada, planejada, milimetricamente executada, não... De verdade. Não tenho jogo de cintura, paciência, nem vocação para jogos mortais.
Acredito na lei da vida, na lei do universo e, para mim, o inferno é aqui mesmo. Manja aquele slogan: O mundo gira e a Lusitana roda? Ah, tem também aquele outro: O mundo gira, filho da puta. Pois bem. E o que acontece com todo mundo nessa imensa roda da fortuna que chamamos de destino.
Demora, mas, não tarda. Muito menos falha. A vida, meu caro, sempre se encarrega de lhe apresentar o outro lado da moeda, de fazer por nós – meros atores coadjuvantes deste imenso tablado – o olho por olho, dente por dente.
Por isso, não se esforce. Não queira mal. Não acumule em você a carga negativa da vingança. Caiu? Bateu? Machucou? Ótimo, a gente só aprende quando dói mesmo. Assopre a ferida, chore bastante, soque o travesseiro, desabafe com o amigo, a mãe, o terapeuta, o cachorro, no banco do metrô praquela alma desconhecida e lance as palavras ao vento. Pense apenas que tudo está escrito no livro da vida que cada um de nós temos.
Depois, senta e espera. Assista de camarote. Porque quando muda a lua e a vida se encarrega de dar o troco, não há sensação mais agradável que o doce sabor da vingança. Sim, a vingança só tem graça se, para você, ela for doce. Se for amargo é ódio e isso nunca é bom.
Que?? Se eu daria a outra face? Não, não... Não faço a linha... Mas, aos poucos aprendi: não há nada melhor que um dia após o outro – com uma noite no meio. A vida, meu caro, é mesmo uma peça de teatro. E para você eu peço BIS!
Beijos, Adri