DEBATE E ALCOOL

A culta professora de matemática chorava, com o carinho e atenção dos amigos ela aos poucos foi voltando ao normal, balbucia tristemente: _Não me conformo ter perdido quem amo tanto por causa do alcoolismo. –

Em plena sala de professores os amigos não encontram palavras para consolá-la.

Ela com revolta na voz desabafa. _Eu queria que acabassem as bebidas neste mundo, se dependesse de mim fechava todas as fábricas, alambiques e tudo que produzisse bebidas alcoólicas! Acabaria com toda a produção, seria um mundo totalmente sóbrio! –

O conceituado economista grande amigo da professora, rindo faz um comentário com o intuito de melhorar o estado de ânimo da amiga: _ Entendo a sua dor, mas se fechássemos as fabricas e a indústria derivada da produção de bebidas seria uma verdadeira calamidade. –

Como a professora só o olhou esperando que ele terminasse o seu raciocínio, continua a explicar.

_Para você que gosta de números aqui no Brasil seria em torno de três milhões de desempregados, mais de 2% do PIB nacional, uns 30 bilhões em salários, mais de 21 bilhões de impostos do faturamento que beira os 75 bilhões, e seriam fechados um numero aproximado de 1.5 milhões pontos de vendas. –

Como a professora continuava em silêncio, outro professor comenta: _Sem falar nos empregos indiretos, dos bares, casas de shows restaurantes que perderiam seu faturamento sem as bebidas alcoólicas! – Outra professora fala: _Corroborando com o que diz o amigo Economista, seria um verdadeiro batalhão de desempregados na área da saúde, Médicos de diversas especialidades, enfermeiros, profissionais da área jurídica como advogados, e tantos na área administrava, realmente seria um desemprego em massa. –

Ela resmunga_ No entanto os números estão a meu favor! – O Economista fala com um pouco de ironia: _ Números a seu favor? Tem conhecimento que a indústria de bebidas é uma das mais bem sucedida do nosso pais, praticamente atende 90% dos lares brasileiros? –

A professora respira fundo buscando refletir no que vai responder, fala: _Tenho este conhecimento sim, creio que esta indústria nefasta atende um numero maior ainda, beirando os 99%, vocês estão completamente equivocados, como estão habituados ao beber social entre amigos nos tradicionais hapy hour aceitam a bebida como algo saudável, assim não querem ver a realidade. –

Vendo que todos ficaram mudos, a culta professora Exclama:

_Devido ao meu problema familiar venho estudando o alcoolismo ha anos.

Vou falar a verdade sobre as bebidas alcoólicas que vocês não querem ver. –

Direciona o olhar para o economista falando: _ Seus números estão mais ou menos certos, mas quero que agora faça as contas porque vou falar do outro lado da moeda, me falou dos benefícios, vou te falar dos efeitos negativos, e tudo que vou dizer pode pesquisar, vai confirmar que estou certa.

Falou em 2% do PIB saiba que o Brasil gasta em torno de 370 bilhões em tratamentos diretos e indiretos em decorrência do alcoolismo equivalem a 7.3% do PIB, nos últimos anos 250 milhões, gastos no tratamento com mais de 300mil internações e acima de 70 mil auxílios-doença, sem falar nos afastamentos indiretos, 20% de internações em clinica geral e 50% das internações masculinas na psiquiatria, eu diria que isso sim é uma calamidade, em verdade uma verdadeira tragédia. –

Vendo que todos ficaram em silêncio continua afirmando: _ Não abordei ainda o percentual imenso em acidentes de trabalho e também nem apresentei ainda o numero terrível das mortes no transito devido ao uso do álcool, e falta computar a imensa tragédia de lares desfeitos e traumas causados nas crianças devido a esta doença terrível. –

Ainda com todos em silêncio, ela visivelmente com lágrimas nos olhos explica:

_Infelizmente esta doença entrou na minha família silenciosamente em pequenas doses e fizemos tudo o que vocês poderiam imaginar, não conseguimos resultado, o alcoolismo venceu e levou o meu amado para o túmulo.

Repesem esse conceito, atual de prazeres e alegrias que o vicio de beber proporciona.

Ou não liguem para o que estou dizendo é apenas o desabafo de uma mãe, que está com o coração sangrando pela perda do filho.

Mantenham as indústrias funcionando gerando lucros.

Assim mantém tantos empregos e as tragédias continuam