Um último romântico

Ele era mais um jovem daqueles que tem um bom coração. Um homem frágil, meigo, dócil, carinhoso que queria apenas amar e ser amado.

Envolveu-se em um relacionamento que não era produtivo. Sofreu. Amou. Sofreu de novo. Desistiu de amar.

Em sua cabeça o amor era algo inalcançável. Fechou-se para o mundo. Não quis saber de amar. Não sei bem se tinha amigos, ou se não poderia desabafar com os que tinham. Sofreu calado... Tentou ser forte... Conseguiu... Superou.

Os dias passavam-se lentamente. Decidiu não mais se envolver com ninguém... Caminhou para o abismo, mas saiu dele.

O amor é um sentimento nobre e, qualquer rapaz na idade dele só quer saber de “farrar”, mas ele com um nobre coração queria apenas amar.

Amava os amigos, os pais, os irmãos, amava a todos, simplesmente amava.

Dono de um enorme coração e de uma índole inexplicável, sobrevivia amando... Pregava o amor.

Amava como manda o mandamento “Amai ao próximo como a ti mesmo”. Eu não o conhecia bem, mas a pureza do seu coração estava transparente no brilho do seu olhar.

O amor que o movia era o mesmo que o maltratava. Ele era um sonhador. Sonhava o sonho impossível.

Sonhava encontrar um amor, mas esse insistia em maltratá-lo.

Dono de um pensamento admirável, de uma opinião que surpreendia a todos, decidiu viver...

Encontrou alguém para amar... Amou... “Foi amado”. Um relacionamento quase que meteórico. Ganhou um namorado e dois amigos. Sofreu. Mas uma vez sofreu.

Descobriu mais uma vez que amou sozinho... A pessoa por que se apaixonou o iludiu, fez falsas promessas, falsas juras, foi canalha...

_ Não vou me envolver com mais ninguém. Cansei de ser feio e triste. Vou entregar minha alma a Deus e ser apenas feio.

Essas palavras comoveram-me profundamente. Não queria acreditar que aquele rapaz que amava intensamente, estava se fechando para o amor.

Doeu saber que ele sofria e o meu “não poder fazer nada”, matou-me naquele momento.

Uma pessoa extraordinária sofrendo, mais uma vez, por amor. O que fazer com o coração? Aprisioná-lo seria uma solução? Deixar de buscar o amor adiantaria?

O amor se foi, mas a amizade veio em dobro, ele tinha amigos com os quais não poderia desabafar. Agora cultivou dois...

E como disse o Pequeno Príncipe “Tu és responsável por aquilo que tu cativas”.

Ele nos cativou... O amor pode não ter dado certo, mas os amigos que ele conquistou, esses estarão sempre de braços abertos para dar aquele apoio. Estarão sempre na torcida para que ele ame, mas principalmente seja amado.

Espero que um dia encontre a felicidade que merece. E que viva intensamente o amor... Sem medo e sem fronteiras...

Os amigos que ele cativou estarão sempre de braços abertos e terão sempre uma palavra de consolo, um ombro para chorar, um ouvido para desabafar... Enfim, ele encontrou pessoas com as quais ele pode contar em todos os momentos... ele é amado!

Gilson Azevedo
Enviado por Gilson Azevedo em 07/01/2018
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