A separação do sol e da lua.
Com nada mais que um papel e uma caneta o mundo foi criado, não há nenhuma parte de todo o universo que não foi antes desenhado em um papel, de forma tão cautelosa e carinhosa todos os deuses, de diferentes lugares e tempos eles explanaram através do desenho suas ideias para um mundo ideal.
Cada detalhe foi cuidadosamente planejado para que não houvessem erros. Sendo assim o sol e a lua foram criados um para brilhar de dia, e o outro para encantar de noite. Foram criados juntos, mas só ficaram juntos por apenas alguns momentos, momentos esses que foram suficientes para que um amor aplacasse nos seus corações.
Contudo seus criadores decidiram o separarem, ela foi feita para noite, ele foi criado para o dia, ele amava a agitação do dia, ela era encantada pela serenidade da noite, ele gostava de ouvir o canto dos pássaros e ela os sons das ondas do mar. Eles eram opostos, mas os opostos também amam e também estão dispostos a mudar para conseguirem viver um amor platônico. A separação foi dolorosa os rios foram cheios com as lagrimas dele e as florestam e campos foram derrubados com o poder dos seus gemidos, ela não parava nem sequer um minuto, eram tão fortes, que como vento tempestuoso destruía tudo.
Quão grande era a distância, quão demorado eram os dias e as noites solitárias deles, o sol amava a lua, mas havia cometidos alguns erros no passado, a lua amava o sol, mas era orgulhosa demais para negligenciar uma ordem superior. Eles se amavam mais o amor não suportaria a dor e a decepção por muito tempo. A distancia fez com que a lua se tornasse amante das estrelas e o sol as nuvens, porém nada saciava a sua fome pelo único alimento que poderiam o sustentar: o amor que ambos sentiam.
A lua sentia provavelmente um misto de amor e ódio pelo sol, pois o mesmo teve que partir antes mesmo de uma explicação, não havia tido tempo de se explicar ele foi arrancado de lá, como as trevas são arrancadas na presença da luz, era triste a história, era triste o amor, era triste a vida.
No ápice do dia, ela na lua que o sol pensava, o que ela estaria fazendo agora? Nos braços de quem ela esta naquele momento? Será que ela também pensava nele com tanta intensidade? Seria o tempo o cicatrizador das feridas? Com isso um misto de duvidas nascia no coração do sol, os sonhos com a lua eram cada vez mais frequentes e a vontade de voltar era cada vez maior, mas a duvida seguia gritando dentro dele, ela poderia agora esta com outro em seus braços, e todo seu esforço seria em vão.
Agora duvidas nos céus e na terra são lançadas:
Deixaria, pois, o sol de brilhar, por amor?
Abandonaria, pois, o sol o céu, para viver um romance?
Perdoaria, pois, a lua a ausência do sol?
Seria, pois, o amor mais forte que o destino?
No auge do verão com todo o seu brilho exposto o sol quer voltar para sua casa, e imaginar que naquele momento a lua estaria sentindo o seu cheiro e ficaria a sua espera, e ele aqui acima das nuvens sentia no cheiro das aguas o perfume da sua amada, que outrora havia passado por ali.
Se algo lhe restara do passado, tão distante, sombrio e triste, pois voltar agora ao passado era relembrar uma dura separação. Mas o que lhe resta é lembrar de: _Um livro_ uma Carta_ Um sorriso_ muitos planos_ uma grande tristeza_ Uma separação e uma distância sem fim. Segue-se os porquês, e agora? Voltaria, pois, o sol ver a lua? Ou seria feito o amor de distancias?
Agora pois estou escurecendo porque o amor que outrora brilhava dentro de mim, em trevas pois se transformou... GRITA POIS O SOL, ENQUANTO A SAUDADE, O AMOR E A TRISTEZA , RETIRAM DELE OS FEIXOS DE LUZ. ( Bruno Conceição 07/01/2018)