PONTA DA PRAIA ( SANTOS )

Aos poucos o mar foi levando minha juventude, onde era areia agora é rocha empilhada, onde era esteira, agora é inundação. Para salvar momentos, vão criar barreiras, com grandes sacos de areia, para que o mar, não leve mais lembranças e porvires. Quem sabe dê certo, mas disso não tenho certeza, nem testemunharei, levarei a saudade comigo. Não será nenhum castigo, será uma carga leve, tal qual a alma com sua leveza, flotará no inundar de águas. As ruas e vias que tantas vezes foram meus caminhos, quem sabe salvar-se-ão, mas minhas pegadas ali não mais estão, foram sendo apagadas dia após dia, por turbilhões de águas paradas, distante do mar, que só águas salgadas lembram, cada vez, que dão-se em ondas a rolar.