O ovo
Sempre fui uma pessoa medrosa, tinha medo da opinião alheia, tinha medo de virar motivo de piada, tinha medo de fazer besteira, tinha medo de errar.
Tinha muito medo de errar, não me perdoava, me martirizava, me sentia o cocô do cavalo do bandido.
E qual foi a maneira brilhante que encontrei de não errar? Não tentar. Não tentando, não errava. Perfeito, só que não.
Não tentando, não errava, mas também não acertava. Ficava ali, na mesma, e com o tempo fui percebendo que ficar na mesma não é legal.
O medo ele é muito esperto, te faz pensar que ele não está ali, e quando você acha que esqueceu dele, ele aparece como se nada tivesse acontecido.
É uma luta covarde, parece que o negócio do medo tá enraizado na gente, mas não tá. Ouviu bem, o medo não FAZ parte de você. Ele ESTÁ em você. Isso até o ponto que você permitir. Não é fácil, é uma luta covarde, mas a gente pode se dar bem nessa.
Negócio de atitude já ouviu falar? É simples na teoria, mas na prática...
Decida que o medo não fará mais parte de você e pronto. Mas decida de verdade. Quando decidimos somos capazes de coisas surpreendentes.
Essa é uma das grandes graças de se estar vivo, a gente pode decidir o que é melhor para nós, e decididamente, ser casa de medo não deve ser.
Ah, você deve estar pensando porquê o título deste texto é o ovo, bom, assim como podemos decidir não ser mais a morada do medo, para tudo na vida precisa ter atitude, até pra levantar a bunda da cadeira e fritar um ovo.