É SÓ MAIS UM DIA.

O meu dia, o quarto deste novo ano de 2018, se faz calmo ao início; é sempre assim, calmo... As primeiras horas da manhã no entanto, em geral, e na maioria das vezes, é tranquila. Logo após despertar e depois de tomar o meu café da manhã, aproveito para escrever. Eu gosto de escrever pela manhã, as ideias estão frescas na cabeça, sem a interferência do calor das angústias decorrentes do dia, assim eu já faço há alguns anos e não pretendo mudar.

Verdade seja dita, nem todos os dias é assim, nem tudo são flores afinal, as vezes até nas flores mais belas encontramos indesejáveis mas indispensáveis espinhos. Os dias as vezes são duros, tempestuosos, com ventos fortes que nos desestabilizam. Eu não gosto de dias assim, enfim, quem é que gosta. Sei entretanto, que são inevitáveis, e não há outra solução, e não existe uma fórmula mágica para driblar, ou se enfrenta, ou é pisoteado por ele. A verdade é que, nem sempre enfrentamos, por diversas vezes somos pisoteados, massacrados, feitos aos cacos, é difícil eu sei, mas ninguém gosta de falar sobre isso. Eu não tenho que mentir, falo o que o meu coração diz, seja bom ou ruim. Hoje por exemplo, escrevi um soneto que reflete isso, ele é um pouco triste eu acho, mas gostei de escreve-lo. Pretendo fazer outros mais, alegres é claro, carregados de amor.

Já triste, no penoso dia,

De primaveras mau dormidas,

De noites insolentes e deprimidas,

Do amargo olhar que se esvaia.

As dores no meu peito impelidas,

Entristece-la eu não queria,

Mas entre dores insistiu a agonia,

A nos transformar em feras feridas.

Desejei em vão beija-lá na face,

Desejei em vão o seu amor,

Desejei em vão tão proibida flor.

Nesse meu complexo enlace,

Nesta indefinida tentativa de disfarce,

Percebi que foi em vão a intensa dor.

O penoso dia seguiu-se de lembranças e de meditações. Houve um momento em que lembrei-me de certo olhos brilhantes, cheios de esperanças, lábios cheios de palavras doces, de admiração e encanto, mas em certo momento... Em certo momento… Da calmaria se fez a tempestade, e os olhos cheios de esperança, entristeceu, e do riso se fez as lágrimas, e o encanto virou em desencanto, e da voz se fez o silêncio. Tudo isso, em certo momento - Essa foi uma lembrança ruim - A vida é feita de momentos, se não tivermos isso em mente, que a vida é feita de vários momentos, sofreremos uma eternidade inteira nestes pequenos momentos.

Fora isso, o dia seguiu seu curso de normalidade, carros apressados nas avenidas, pessoas apressadas pelas calçadas e pelas lojas. Trabalhadores que chegam e que vão, ônibus lotados, crianças de férias que correm e que brincam pelas ruas, nas praças, nos campinhos, em todos os lugares. A vida segue o seu ritmo programado, toda a festança dos dias anteriores já não se faz lembrar, o que se fala no momento, acreditem, é das próximas festas que está por vir, carnaval, páscoa, enfim, estamos no Brasil. Sou apenas um poeta observador desta geração, entre um risco e outro no papel, entre um verso desajeitado e outro, entre um texto e uma crônica, vou pintando os meus dias com minhas palavras, contando e às vezes cantando em rimas, as impressões de tudo e de todos, assim sendo, vou caminhando ao sabor do vento e da literatura.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 04/01/2018
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