Nosso mundo interior
Guardadas as devidas proporções, há um mundo bem aqui dentro. Conservando todas as suas características, cabendo perfeitamente em mim.
Apesar de empiricamente meu, ele tem reserva de domínio. Não vivo egoisticamente o meu mundo! Tão habitado, explorado, exigido...
Tenho em minhas artérias, um magma em fusão total mas conservando a essência do meu Criador.
Meu pensamento é maior que qualquer dos oceanos, embora, iguais a estes, muito já tenha sido invadido e saqueado por embarcações piratas.
Retenho, na recôndita fortaleza do meu coração, um valiosíssimo e único tesouro, que me preserva. Nele, está o talismã da autoestima, guardado no cofre do mais puro sentimento.
Evoluo em função dos acontecimentos. Estou em constante dinâmica. Eventos positivos ou não, muito me mudam a paisagem.
Marcadas em meu relevo, tantas erosões, denominadas rugas! Tantas nevascas denominadas cabelos brancos!
Minhas águas ou lágrimas, denunciam os rigores dos tenebrosos invernos mas também, felizmente, acompanham um fácil e emocionado sorriso, como um nítido arco-íris em uma manhã, reconstituindo-me a vida.
Ora tenho a aridez incultivável, por vezes, sou solo fértil pronto para semeadura dos bons sentimentos.
Nesse meu firmamento, o céu nem sempre está nublado. As escuras nuvens dos meus olhos, a revelar os desgastes das tormentas e furações, também são, facilmente, dispersadas pela a força dos ventos da sensibilidade e da brisa da compreensão.
E eu, tal qual o mundo, devolvo agradecido o que de melhor me oferecem.