Brilho de Outras Festas
As “Festas” aqui se referem ao tempo em que se dizia “Réveillon”, “Champagne”, “débuter” e tantos outros estrangeirismos que eram próprios de uma época chamada Anos Dourados. Ray Conniff,Frank Sinatra , Edith Piaf davam o tom das festas.
Tudo era “Trè Chic”!
Coisas de um período elitista, pedante e excludente! O beletrimo se impunha nas terras tupiniquins metida à Européia e Estadunidense.
Havia um “brilho” nestas passagens de ano, no champanha e nas festas de debutantes elitistas.
Há um brilho hoje também com os saudosistas tendo que se contentar com os espetáculos tradicionais daquele a que chamam de “Rei”. Outros preferem cantores mais politizados. E ambos os grupos criticam “o som” e os requebros daqueles que tentam se incluir nesta sociedade onde a cultura foi capitalizada.
Capitalizaram inclusive a figura mediavalesca de São Nicolau. Substituiram os santos e mitos cristãos pelo rochonchudo Papai Noel.
Nos anos dourados, nos dias que antecediam o Natal, as crianças saiam em polvorosas à busca de Papai Noel: senhores que se vestiam como a figura folclórica. Tinham esperança de ganhar algum presente. E no dia de Natal, quando amanhecia, a criançada saia à rua para mostrar seus brinquedos: bonecas, “carrinhos”, bolas. A meninada, filhos dos mais abastados, esnobavam seus fliperamas e suas bonecas da marca Estrela. Os filhos dos remediados, como se dizia, ganhavam seus carrinhos, bolas e bonecas de plástico. Tudo, ou quase, da marca FLEX-A Carioca. Houve época em que os bonecos eram de papelão: uma coisa medonha de feia e rústica. E os despossuídos criavam seus brinquedos: bolas de meias velhas, animaizinhos de batata ou xuxu com palitos de fósforos.
Neste ano do novo milênio, na manhã natalina, alguns carros ensaiaram uma passeata com o Papai Noel indo à frente encima de um caminhão. Businavam, Papai Noel convocava a todos com o seu Ho-ho-ho... no bairro todos ainda dormiam curando a ressaca da ceia anterior. Na esquina pararam. Alguns adultos chegavam à porta de suas casas com caras amarrotadas. Foi quando do alto de seu veículo o Papai Noel avisou para ver se animava a criançada, que certamente ainda dormia:
- Eu vou jogar balas e doces para vocês, heim?!
E nada da criançada despertar. Uma ou outra criança sonolenta é que se aproximou da minúscula carreata.
Os carros businavam, Papai Noel tentava animar a vizinhança com suas interjeições natalinas, com sua grila de balas... E nada de festas. Desanimada e chocha a carreata seguiu decepcionada.
E nós admoestamos (quanta petulância aqui!) ao Papai Noel:
- Querido Velhinho, os tempos são outros! A criançada agora quer é celular e eletrônicos – até os mais carentes. Nada mais de plástico, papelão, pilhas ou balas... E é por isto que ainda dormem: a noitada deve ter ido até de madrugada com seus brinquedinhos virtuais e solitários enquanto seus pais se empaturravam na ceia.
As “Festas” aqui se referem ao tempo em que se dizia “Réveillon”, “Champagne”, “débuter” e tantos outros estrangeirismos que eram próprios de uma época chamada Anos Dourados. Ray Conniff,Frank Sinatra , Edith Piaf davam o tom das festas.
Tudo era “Trè Chic”!
Coisas de um período elitista, pedante e excludente! O beletrimo se impunha nas terras tupiniquins metida à Européia e Estadunidense.
Havia um “brilho” nestas passagens de ano, no champanha e nas festas de debutantes elitistas.
Há um brilho hoje também com os saudosistas tendo que se contentar com os espetáculos tradicionais daquele a que chamam de “Rei”. Outros preferem cantores mais politizados. E ambos os grupos criticam “o som” e os requebros daqueles que tentam se incluir nesta sociedade onde a cultura foi capitalizada.
Capitalizaram inclusive a figura mediavalesca de São Nicolau. Substituiram os santos e mitos cristãos pelo rochonchudo Papai Noel.
Nos anos dourados, nos dias que antecediam o Natal, as crianças saiam em polvorosas à busca de Papai Noel: senhores que se vestiam como a figura folclórica. Tinham esperança de ganhar algum presente. E no dia de Natal, quando amanhecia, a criançada saia à rua para mostrar seus brinquedos: bonecas, “carrinhos”, bolas. A meninada, filhos dos mais abastados, esnobavam seus fliperamas e suas bonecas da marca Estrela. Os filhos dos remediados, como se dizia, ganhavam seus carrinhos, bolas e bonecas de plástico. Tudo, ou quase, da marca FLEX-A Carioca. Houve época em que os bonecos eram de papelão: uma coisa medonha de feia e rústica. E os despossuídos criavam seus brinquedos: bolas de meias velhas, animaizinhos de batata ou xuxu com palitos de fósforos.
Neste ano do novo milênio, na manhã natalina, alguns carros ensaiaram uma passeata com o Papai Noel indo à frente encima de um caminhão. Businavam, Papai Noel convocava a todos com o seu Ho-ho-ho... no bairro todos ainda dormiam curando a ressaca da ceia anterior. Na esquina pararam. Alguns adultos chegavam à porta de suas casas com caras amarrotadas. Foi quando do alto de seu veículo o Papai Noel avisou para ver se animava a criançada, que certamente ainda dormia:
- Eu vou jogar balas e doces para vocês, heim?!
E nada da criançada despertar. Uma ou outra criança sonolenta é que se aproximou da minúscula carreata.
Os carros businavam, Papai Noel tentava animar a vizinhança com suas interjeições natalinas, com sua grila de balas... E nada de festas. Desanimada e chocha a carreata seguiu decepcionada.
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- Querido Velhinho, os tempos são outros! A criançada agora quer é celular e eletrônicos – até os mais carentes. Nada mais de plástico, papelão, pilhas ou balas... E é por isto que ainda dormem: a noitada deve ter ido até de madrugada com seus brinquedinhos virtuais e solitários enquanto seus pais se empaturravam na ceia.
Leonardo Lisbôa,
Barbacena, 25/12/2017
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