O INSULTO
Se há algo que nos tira do sério é sermos surpreendidos com um insulto. Ao nos situarmos como vítimas de um atrevimento, insolência ou de uma atitude desrespeitosa de alguém, temos a impetuosa necessidade de revidar a altura. Como diz uma velha e conhecida expressão popular: “não levar desaforo pra casa”. Se assim não fizermos, nos sentiremos desmoralizados, humilhados.
O insulto provoca nossa exasperação, raiva, impaciência. Quando somos atingidos por ele, dificilmente conseguimos controlar nossas emoções, partimos para a réplica no mesmo tom. Em suma, respondemos o insulto com outro.
A resposta a um insulto, quando necessária, deve ser feita com calma, com absoluto equilíbrio emocional, tendo consciência do que está fazendo. Avaliar os limites da tolerância é um exercício que nos conduz à escolha mais adequada para responder a um insulto na conformidade das circunstâncias.
A afronta estabelecida num insulto precisa ser superada com inteligência, até porque é a melhor maneira de desarmar quem proferiu o desaforo. Mostrar-se corajoso sem descer ao nível do opositor, exercer a humildade sem parecer intimidado, impor respeito sem ser presunçoso.
O insulto é uma pedra que nos é lançada com o intuito de nos fragilizar emocionalmente. Se nos abatermos ou reagirmos por impulso, estamos oferecendo o resultado que o agressor se propôs. Não estou defendendo a aceitação do insulto, estou me referindo à importância da razão de domar a raiva e fazer com que nossa reação seja mais eficaz do que a ofensa que nos foi jogada na cara. Encontrarmos a forma mais certa de nos safarmos de uma agressão verbal intencional, sem nos machucarmos, nos afligirmos espiritualmente.
• Integra a série de crônicas do livro “SENTIMENTOS, EMOÇÕES E ATITUDES”.