NO MUNDO DA LUA
Prof. Antônio de Oliveira
antonioliveira2011@live.com
O amor romântico tem dado sinais de que vai sair de cena. O idílio também vai junto. Essa forma de amor poético, suave e gostoso, apaixonado, fantasioso, sonhador, galanteador, devaneador, de mitificação da mulher. Pessoas que assim se amam não mais parecem ser deste mundo. São de um mundo antigo. Dentre aqueles do amor sem fronteiras, sem necessidade de estímulo ao convívio, há, contudo, os que fazem questão de um luxuoso casamento na igreja. No caso, mero evento social, inautêntico. Um par romântico, hoje em dia, é considerado alheio à evolução, vivendo na estratosfera, no mundo da lua, par nefelibata, que vive nas nuvens. Romântico, canta Vander Lee, é uma espécie em extinção. Românticos são poucos, românticos são loucos desvairados.
Sempre que posso, contemplo o nascer do Sol, mas nem sempre, talvez como a maioria das pessoas, preste muita atenção ao surgir da Lua. No entanto, esse fenômeno noturno é de tamanha beleza. Magníficas imagens dão conta do nascer da Lua em Byron Bay Lighthouse, na Nova Gales do Sul, Austrália.
Outra canção romântica diz que “a noite está linda e a lua é dos namorados”. Outra ainda: “Lua, oh lua, querem te passar pra trás”. E já passaram... O amor idílico não tinha pressa. O amor hoje não pode esperar. Lua de mel não mais tem o glamour de viagem de núpcias. Frequentemente, não passa de um passeio a mais. Há mais tempo, não raro se exigia do casal a certidão de casamento para o “check in” em hotéis. Não havia motéis, havia bordéis. Os tempos mudaram. Pensão que se prezasse tinha que ostentar o aviso: Pensão Familiar. Não se falava em ideologia de gênero.
Os mundos são muitos: mundo do pensamento, mundo das ideias, mundo da opinião, mundo da arte, da magia da música, do fundo do mar, do mundo visto de cima, mundo que te quero verde, todo o mundo, mundo inteiro, mundo do alvorecer, do anoitecer, “anima mundi”, mundo dos mundos. No silêncio de noites tranquilas, mundo da lua.