PEDINTE

Indo para o meu trabalho, sentado no ônibus, entrou um jovem e começou entregar uns papeizinhos, recebi e ao ler, vi que ele pedia ajuda, que aqueles passageiros se tocassem pelo estado que ele estava passando, no que tinha escrito naquele papel.

E eu fiquei a imagina, o que levou para que ele chegasse aquele ponto de pedinte? Será que foi falta de oportunidade no mercado de trabalho? Ou se foi vadiagem dele mesmo, sem coragem de trabalhar? Não sei qual foi o motivo, mas vi quão constrangedor é para ele, viver de ônibus e ônibus pedindo migalhas para seu sustento, não sei se para alimentos ou para suprir algum vício. E ter que ouvir alguns passageiros comentando entre si: “isso é um vagabundo, porque ele não vai trabalhar? Tão novo”. É eu fico calado, pois ele sabe onde o sapato lhe aperta, e quem sou eu para julgar? Se não quero ajudar, fico calado e não ajudo, mas não comento nada.

Trazendo essa realidade para a minha vida, eu vivo lutando sempre, para que a vida não me derrube, e me obrigue a passar por esse momento constrangedor. Chegou à hora de ele descer daquele ônibus, alguém lhes deu umas moedinhas, ele desceu, então ia esperar outro ônibus... Para continuar a sua labuta. E para terminar eu espero que Deus abençoe aquele rapaz e dê um rumo para que ele consiga sair dessa vida vexatória, mas sei que pra sair dessa também depende dele é isso que eu penso.

Israel Batista

Poeta Israel Batista
Enviado por Poeta Israel Batista em 21/12/2017
Reeditado em 18/07/2024
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