O MAGO DA COMUNICAÇÃO. UMBERTO ECO.

Umberto Ecco, por sua envergadura não tem e nunca teve perfil agressivo ou vontade de diminuir.

Umberto Eco é filósofo de origem. A estética medieval foi seu direcionamento inicial aos textos de São Tomás de Aquino. Basta isto para guindá-lo aos cumes da responsabilidade da generosidade do convívio.

Eco notabilizou-se por seu aprofundamento acerca da cultura de massa, em especial os ensaios contidos no livro Apocalípticos e Integrados.

Defendeu novas teorias recepcionadas unanimemente nos estudos dos fenômenos da cultura de massa, desmistificando aqueles que acreditavam ser a cultura de massa ruína dos "altos valores" artísticos.

Pela pesquisa em semiótica, nos trouxe uma nova compreensão da disciplina, segundo pressupostos buscados em filósofos como Immanuel Kant e Charles Sanders Peirce.

Sua coletânea de ensaios “As formas do conteúdo” e “Tratado geral de semiótica” mostram seu alcance como o acadêmico que se tornou um dos maiores romancistas lidos.

Ecco não fala como um qualquer como falam aqueles do que nada entendem e ele combate, os imbecis da internet, os "mestres" do desserviço da informação,os famosos imbecis, cretinos como alcunha já vetusta de alguns conhecidos na passagem terrena.

Combate o bom combate Umberto Eco, aquele que desfigura cinicamente o desserviço através de um adjetivo verdadeiro. E continua sem freios a idiotia, sem calar, como dizia Benjamin Franklin. É preciso estar informado para deitar ao lixo o que é lixo.

Semiótica tem por finalidade investigar as linguagens possíveis, todas, pelo exame dos modos de constituição de todo e qualquer fenômeno de produção da manifestação.

Trata-se de teoria geral das linguagens e sistemas de significação.

É forma nova de chegar à realidade do fenômeno que comunica sem os desvios noticiados por imbecis como reporta Umberto Eco,

Não abrange somente verbal linguístico, mas extralinguístico, como a música, o teatro, a poesia, o cinema, e ainda, as propagandas das revistas, os jornais e tantos textos que o homem produz. Em suma , tem autoridade quando fala de comunicação.

Os múltiplos sememmas, unidades culturais, formam cadeia de liames que os mantêm unidos.

Ecco tem destaque no cenário acadêmico e literário, concilia produção teórico-crítica com produções artísticas, com gigantesca recepção e influência nos dois âmbitos.

Para a Revista Veja, indagado, respondeu:

“Foi um estrondo a sua declaração, em uma cerimônia na Universidade de Torino, de que a internet dá voz a uma multidão de imbecis. O que o senhor achou da dimensão que o assunto tomou?

As pessoas fizeram um grande estardalhaço por eu ter dito que multidões de imbecis têm agora como divulgar suas opiniões. Ora, veja bem, num mundo com mais de 7 bilhões de pessoas, você não concordaria que há muitos imbecis? Não estou falando ofensivamente quanto ao caráter das pessoas. O sujeito pode ser um excelente funcionário ou pai de família, mas ser um completo imbecil em diversos assuntos.

(Isto é pacífico e constatável nos blogues e informativos).

Com a internet e as redes sociais, o imbecil passa a opinar a respeito de temas que não entende. (Verdade plena e indiscutível, conheço alguns que raiam por esse estilo, falam do que não sabem, informam sem saber a integralidade do conteúdo, e mentem sobre fatos que viveram sem nunca terem vivido).

Mas a internet tem seu valor, não?

A internet é como Funes, o memorioso, o personagem de Jorge Luis Borges: lembra tudo, não esquece nada. É preciso filtrar, distinguir. Sempre digo que a primeira disciplina a ser ministrada nas escolas deveria ser sobre como usar a internet: como analisar informações. O problema é que nem mesmo os professores estão preparados para isso. Foi nesse sentido que defendi recentemente que os jornais, em vez de se tornar vítimas da internet, repetindo o que circula na rede, deveriam dedicar espaço para a análise das informações que circulam nos sites, mostrando aos leitores o que é sério, o que é fraude. Será que os jornais estão prontos para isso? A crítica da internet exige um novo tipo de expertise, mesmo para os jornais. E isso é muito importante para os jovens, pois eles não têm, aos 15, 16 anos, os conhecimentos necessários para filtrar as informações a que têm acesso na rede. Ora, assim como quem lê diversos jornais acaba aprendendo a distinguir as abordagens distintas de cada um deles, os jovens hoje precisam aprender a buscar essa variedade de abordagens nos sites que frequentam.”

(É preciso filtrar, distinguir. Sempre digo que a primeira disciplina a ser ministrada nas escolas deveria ser sobre como usar a internet: como analisar informações.) Diz o semiólogo. E deve ser feito criteriosamente, pois os tais imbecis estão soltos propagando suas pretensões e tolices.

Uma doença de personalidade para quem os conhece. Não são poucos.

Não há como discordar de Umberto Ecco, ele retrata a puríssima verdade irretocável. Só a falta de razoável conscientização do que ocorre nesse veículo discordaria. E viraria mais uma imbecilidade.

Parênteses meus.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 19/12/2017
Reeditado em 19/12/2017
Código do texto: T6203085
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