LEMBRANÇAS
Natal é tempo de amor, magia e fé. O mais casmurro dos mortais acaba sendo seduzido pela doce magia da época. Antes de tudo, embora alguns não perceba, é tempo de reflexão e do despertar da compaixão e partilha em cada coração. Mais que festa, é tempo de renovação, de reunir pai, mãe, irmãos, amigos e amigos de amigos.
Está mais que provado que sangue ou sobrenome não unem famílias, os DNAs (Exame para determinar paternidade) estão aí para provar isso. É preciso um cimento mais forte que sobreviva ao desgaste do tempo, que crie o vínculo necessário entre todos vinculados ao mesmo tronco. É na celebração do natal que memórias são criadas nas crianças desde a infância e perpetuadas de geração em geração. Um dia, essas lembranças se tornam o liame que gera o reconhecimento do pai, da mãe, dos irmãos, dos avós, dos tios e primos como sangue do mesmo sangue e carne da mesma carne ...
Cada detalhe são gravados na mente: as brincadeiras bobas e as engraçadas, o peru queimado da vovó, a amiga que sempre atrasa, o tio que fica bêbado antes da ceia, crianças correndo na casa, a cara feia de quem não gostou do presente, o quase incêndio gerado pela aquecimento das lâmpadas, o bolo que não inchou, e tantos outros imprevistos que surgem nessa época, às vezes, esquecidos pela fugacidade do tempo, mas incrustado na alma de quem os viveu.
Lembranças.... são todas essas lembranças que nos identificam como família. Mais que presentes, mais que festa, mais que tudo, a função do natal é produzir lembranças que resistem à distância e ao tempo sempre inexorável, preservando os laços e a união no reconhecimento do outro como parente. Famílias são feitas de lembranças! Não importa se somos ou não avessos ao excessivo consumismo do natal ou a seu desvirtuamento, é preciso encarar a festa do natal como uma grande reprodutora de lembranças familiares e deixar fluir...