7 de setembro: independência ou morte!
7 de setembro: independência ou morte!
Hoje, dia da independência do Brasil, venho aqui dizer que mais importante é a independência da alma. Como era a alma do filósofo estoico Epiteto: livre. Ele sendo um escravo, não era dono nem do próprio corpo, mas era uma das almas mais livres do mundo. Por isso seu dono tinha inveja de Epiteto (ou se escreve Epicteto). Se Platão reencarnasse hoje, a sociedade ia dizer a Platão: “Veja que beleza Platão, não existem mais escravos!”. E Platão ia dizer: “Nunca vi tantos escravos juntos!”. Escravos da mente, o pior tipo de escravo que existe, que não tem consciência que é escravo. E se não tem consciência da escravidão, como vai se libertar? Como diz Morfeu no filme Matrix: “Alguns estão tão presos a Matrix (as correntes), que vão lutar para permanecerem na Matrix.” Não há mal em ter instintos, o mal está em deixar-se dominar por esses instintos. E ter sabedoria não é ter mais informação, mas ser aquele que vive um ideal filosófico. Porém, até um psicopata pode ter um ideal, e esse ideal pode ser ruim para a humanidade. Então vem a filosofia dar validade ou não a tal ideal. Sabedoria é dar prioridade ao ser em vez do ter, é ter formação e não somente informação. Infelizmente, a maioria da humanidade vive acorrentada na ignorância, e só a sabedoria liberta. Podem nos tirar da família, a liberdade e até a vida, mas não podem nos tirar a sabedoria, como lembra bem um filme. É essa sabedoria que guiará o idealista que passará a ser filósofo no mito da caverna de Platão, que ao sair da caverna verá as coisas iluminadas pela luz do sol, pela luz da verdade.
Todos temos dons prontos para serem despertados. Só precisamos de um empurrãozinho. Há homens da ciência, outros da arte, outros do esporte, e etc. Há até alguns que conseguem ser da ciência, arte, esporte, ao mesmo tempo, numa mesma vida. São os ecléticos do conhecimento. Imagine os diversos campos do conhecimento como sendo as faces de uma pirâmide, quanto mais escalamos e vamos em direção ao topo da pirâmide, mais nos aproximamos das outras áreas. Por isso, gênios como Leonardo da Vinci, tinham conhecimento sobre vários campos, várias disciplinas. Nietzsche chega a criticar essa história de dons dizendo que as histórias dos grandes homens foram construídas em cima de muito trabalho e sacrifício, independente de dons. Ele quis dizer que às vezes, temos um dom em algo, mas achamos o contrário e não desenvolvemos tal dom, não querendo trabalhar ou se sacrificar para não perder tempo em uma área que achamos que não temos o dom. Pode ser também falta de vontade de trabalhar e principalmente por não querer si sacrificar. O que Nietzsche queria dizer mesmo é que tudo se aprende.
Disse Lewis Carroll: "Qualquer caminho serve quando você não sabe para onde está indo". Então, que tracemos metas, saibamos para onde ir. O navegador da vida deve saber qual é seu objetivo, para chegar a seu porto seguro. Mais uma vez, parafraseando Morfeu, o filósofo Nietzsche e o filme Gladiador: “A vida de um único homem bom, vale a luta de Roma. Já acreditamos nisso. E podemos acreditar novamente. Eu não acredito em acidentes. Eu não acredito no acaso. O acaso não existe. Quando há um escritor, um leitor e um livro a ser explorado, não vejo coincidência, eu vejo providência. Eu posso estar errado, mas viver é perigoso. Que importa o andamento da vida. Que guerreiro quererá poupasse? Agora considere a alternativa: e se eu estiver certo? E se a profecia for real? E se a guerra contra a ignorância acabar no dia depois de amanhã em termos históricos? Será que não vale a pena lutar por isso? Será que não vale a pena morrer por isso?”
Falando em Roma, esta cidade era o ideal civilizatório da Antiguidade. Quando diz a sabedoria popular que todos os caminhos levam a Roma, quer dizer que tanto a filosofia, política, ciência, arte, esporte, seja qual for o caminho que você quer trilhar, se você for bom, justo e verdadeiro, esse teu caminho te levará a esse ideal que muitos filósofos da Antiguidade lutaram. Já a outra frase que diz que quem tem boca vai a Roma, quer dizer que você tem que aprender a si virar na vida, ter jogo de cintura, como diz no Brasil, usar o jeitinho brasileiro no melhor sentido, não no sentido de desonestidade, mas um jeitinho brasileiro para, por exemplo, driblar a fome, arrumar um emprego, buscar sabedoria, e trazer não só o pão físico para esposa e filhos, mas também trazer o pão espiritual. Como disse Jesus Cristo: “Procurai primeiro as coisas do alto, e todas as outras coisas vos serão dadas por acréscimos.” Se você souber se virar na vida, vai chegar a esse ideal civilizatório.
Para muitas pessoas, a religião é a saída. Mas um ateu pode dizer: “eu posso arrumar uma saída sem precisar de religião, sendo autônomo”. Eu só posso dizer a esse ateu parabéns, e também informar que para muitas pessoas a religião é a última esperança e nem todos tem esse espírito autônomo desse ateu. Então, muitos precisam sim da religião. A religiosidade vai trazer ordem para vida, e assim, vai poder melhorar nos aspectos sociais, financeiros, familiares e etc. Por que? Por que a religião proporcionou ordem à vida dessa pessoa, e tendo a vida em ordem, ele pode enxergar melhor, como uma águia, por isso diz na bíblia: “E sejais como uma águia!” Com o quarto em ordem, com cada coisa no seu devido lugar, se eu quiser consultar um livro de filosofia para responder a ânsia filosófica do filho adolescente, eu sei aonde encontrar as respostas, porque o quarto agora está arrumado. Mesma coisa na vida. Esse quarto, simbolicamente, é a vida da gente. E tal pessoa pode precisar passar por tal experiência religiosa, aprender algo de positivo ali. Depois de ter amadurecido, depois da religião ter lhe proporcionado ordem, essa mesma pessoa pode peneirar e saber pra onde essa religião está o levando, e se é hora de mudar de ideologia.
Que busquemos a independência da alma. Agregado ao desenvolvimento sustentável. Pensar global, mas agir local. Que mudemos as mentes das pessoas próximas, para essas pessoas si mudarem, e assim, mudarem o mundo a seu redor. Como diz na China: “você pode matar a fome de um homem por um dia se der o peixe, mas pode matar a fome de um homem por toda a vida se o ensinar a pescar”. Às vezes, a vida nos proporciona a tomar uma decisão: independência ou morte. O que está esperando leitor? Prefere a morte de espírito? Vamos todos rumos a vida, a videira verdadeira, como dizia Jesus, e essa vida está na sabedoria. Aliais, é a busca de valores, virtudes e sabedoria que nos diferencia de todos os outros animais e nos torna racionais.
E temos que acreditar que existe algo além do homem, o homem não é o ápice da evolução. Existe algo de eterno, onde o homem saiu do 1, da unidade, e está percorrendo toda a década pitagórica para voltar às origens, agora com a experiência de vida. É a chegada ao 10, da totalidade, a unidade, que é o 1, mais o zero, o ciclo de experiências passadas.
O existencialismo é um erro, pois a essência precede a existência, não o contrário. Por exemplo: mesmo se destruíssemos todos os triângulos do universo, ainda existirá a ideia do triângulo, por que a ideia é eterna. E Nietzsche acreditava que existe algo além do homem, tanto que ele diz no seu Zaratustra: “E o vosso mais alto pensamento deveis ouvi-lo de mim, e é este: o homem deve ser superado.”
Autor: Victor da Silva Pinheiro
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