FAZER O QUÊ?

Há coisas que acontecem e temos que aceitá-las, querendo-as, ou não.

Surgem e ficam, sem que saibamos o motivo delas. Não digo aqui daquelas tragédias inevitáveis, as quais destroem também os sobreviventes. Aquelas terríveis...todos sabem quais são.

Abordo hoje fatos corriqueiros, esses que, metaforicamente, “quebram-nos as pernas”, deixam-nos boquiabertos, atrapalhados, aborrecidos e decepcionados em nosso cotidiano.

Eis alguns exemplos.

Repentinamente, desaparece um arquivo do computador ou um aplicativo e tínhamos certeza de que o deixamos na máquina, com o máximo cuidado. Escafede-se. Fazer o quê?

Quantas vezes contamos com o cartão (de crédito ou de débito, qualquer um pelo amor de Deus), com a certeza de que ele está na carteira e nos esquecemos de que trocamos de bolsa e, na pressa da última compra, largamos o infeliz solto naquela que não é a bolsa de hoje. Dinheiro em espécie, para salvar a situação? Nem pensar. Folha de cheque? Aquela que seria para salvar a pátria, aonde terá ido? Solução: voltar para casa e deixar a intenção de compras na prateleira da loja. Aceitemos, portanto, o fato inesperado. Fazer o quê?

Ontem, por medo de extravio, guardei tão bem o protocolo do meu novo CPF, que hoje, só se Deus souber onde está, porque eu já não sei. Fazer o quê?

A pessoa guardada tanto tempo nas boas lembranças, no rol dos bons amigos e no coração. Quando nos reencontramos, percebemos que aquele abraço guardado por tanto tempo e que achávamos que seria terno, cheio de saudade, não foi correspondido. Fazer o quê?

Coisas da vida, fatos do inesperado, sentimentos desencontrados. Fazer o quê?

O melhor é aceitarmos o que não tem outra solução.

A intenção desta crônica era outra, os ventos mudaram e o foco narrativo perdeu-se. Fazer o quê?

Aceito e ponto final.

Dalva Molina Mansano.

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 17/12/2017
Código do texto: T6201104
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